O fechamento ocorreu após o aumento nas temperaturas estratosféricas.
Previsões apontam a diminuição gradativa da destruição da camada de ozônio nos próximos anos.
[Lengenda: Buraco na camada de ozônio no Ártico fecha em abril – World Metereological Organization]
O maior buraco registrado na camada de ozônio no Ártico foi fechado em abril, após um intenso período de esgotamento causado pela presença de substâncias destruidoras e por um inverno muito frio na estratosfera.
O fechamento do buraco ocorreu após o aumento nas temperaturas estratosféricas, o que fez com que o vórtice polar diminuísse e se dividisse em dois vórtices menores e separados, permitindo a mistura com ar rico em ozônio da atmosfera mais baixa.
A última vez que uma destruição do ozônio tão severa havia sido observada no Ártico foi em 2011, de acordo com o Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus (CAMS).
No entanto, o aquecimento na estratosfera, que aconteceu em abril, parou as condições que causavam a destruição do ozônio e encerrou o evento.
A mais recente avaliação científica Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostra que a camada de ozônio em partes da estratosfera se recuperou a uma taxa de 1 a 3% por década desde 2000.
Como as condições meteorológicas e as temperaturas são diferentes de um ano para o outro, a gravidade do esgotamento do ozônio também varia.
Formação de buraco na camada de ozônio
[VÍDEO]
A formação de um buraco na camada de ozônio é causada por temperaturas extremamente baixas, menores que -80°C, luz solar, campos de vento e produtos químicos prejudiciais.
A maior parte da destruição no Ártico ocorre dentro do chamado vórtice polar: uma região de ventos circulares que se intensificam no outono e isolam a massa de ar dentro do vórtice, mantendo-o muito frio.
Dessa forma, com essas condições atmosféricas incomuns, a concentração de ozônio acima do Ártico atingiu um recorde de baixa para o mês de março.
Ela diminuindo para menos de 220 unidades Dobson, que normalmente é considerado ‘nível de buraco de ozônio’.
Ainda assim, o buraco do ozônio no Ártico teve uma extensão máxima muito menor em comparação com a extensão típica do buraco antártico.
Em 2019, o buraco de ozônio na Antártica foi o menor já registrado desde que foi visto pela primeira vez.
O CAMS continuará monitorando a evolução do buraco no ozônio do Ártico nos próximos meses.
As previsões sugerem que as temperaturas já começaram a aumentar e que o estoque de cloro ativo está esgotado, dois sinais positivos que apontam a diminuição gradativa da destruição da camada de ozônio.
Protocolo de Montreal
A recente avaliação científica da OMM que mostra a recuperação da camada de ozônio em partes da estratosfera desde 2000, tem relação com a assinatura do Protocolo de Montreal.
O protocolo elimina gradualmente o uso de substâncias que deterioram a Camada de Ozônio, como clorofluorcarbonetos (CFCs) e halons, presentes em geladeiras, latas de spray e extintores de incêndio, por exemplo.
Sem o protocolo, a destruição de ozônio deste ano provavelmente teria sido pior.
Nas taxas projetadas, o Hemisfério Norte e Ártico espera-se que o ozônio seja recuperado totalmente antes de 2035, e na Antártica antes de 2060.
No entanto, as medições e análises atmosféricas permitiram detectar renovadas emissões de algumas das substâncias controladas, enfatizando a importância de observações contínuas desses constituintes.
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Fontes:
https://public.wmo.int/en/media/news/arctic-ozone-depletion-reached-record-level
https://atmosphere.copernicus.eu/cams-tracks-record-breaking-arctic-ozone-hole
https://exame.abril.com.br/ciencia/maior-buraco-registrado-na-camada-de-ozonio-do-artico-se-fecha/
>> LEGENDA DO VÍDEO: Campo total de ozônio com valores abaixo de 250 DU em grandes partes do Ártico. (Crédito: Copernicus Atmosphere Monitoring Service, ECMWF)