Cientistas brasileiras ganham ‘Oscar’ de preservação ambiental no mundo

Também chamados de ‘Oscars Verdes’, o Whitley Awards é um reconhecimento pelo trabalho de líderes locais na conservação de habitats e animais em extinção.

 

Duas cientistas brasileiras ganharam o maior prêmio da conservação ambiental do mundo, o Whitley Awards, do Whitley Fund for Nature, no Reino Unido.

O prêmio vale £ 40 mil (libras) em financiamento de projetos ao longo de um ano.

Também chamados de ‘Oscars Verdes’, o prêmio é um reconhecimento pelo trabalho de líderes locais na conservação de habitats e animais em extinção.

O Whitley Awards teve seis vencedores este ano. Entre eles está a pesquisadora brasileira Gabriela Rezende.

 

[ Gabriela Rezenda é uma das cientistas brasileiras que ganharam o ‘Oscar Verde’ – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)]
Já a brasileira Patrícia Medici ficou com o prêmio ‘ouro’ do Whitley Awards. A cada ano, um vencedor anterior do Whitley Award é selecionado para receber o Prêmio Whitley Gold Award, o prêmio ‘ouro’, que vale até £ 60.000 em financiamento de projetos.

 

Preservação da anta brasileira

Patrícia Medici é co-fundadora do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), uma ONG brasileira. A Ong trabalha para conservar a fauna ameaçada no Brasil.

Patrícia lidera a iniciativa da preservação do maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta brasileira.

Nacionalmente vulneráveis, as antas enfrentam uma infinidade de ameaças, incluindo perda de habitat, caça furtiva e desenvolvimento desenfreado.

Entre os trabalhos realizados, a equipe da pesquisadora já construiu o maior conjunto de dados do animal do mundo, com base no monitoramento de longo prazo, usando telemetria GPS e armadilhas para câmeras.

Eles também contribuíram para a designação da Estação Ecológica do Mico-leão-preto, um local protegido com 7 mil hectares e lar de antas, onças-pintadas e micos-leões-preto.

Com o prêmio, a equipe deve investir em novos projetos, expandindo sua iniciativa para a Floresta Amazônica.

[Equipe brasileira trabalha para a conservação da anta – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)]

Entre as novas metas, estão a determinação do status de conservação, o risco de extinção e a probabilidade de sobrevivência de antas na Mata Atlântica, além de novos planos de ação.

Além disso, a equipe deve trabalhar pela redução de acidentes com mortes de antas nas estradas, pela diminuição da caça furtiva e da poluição por pesticidas no Cerrado.

A exploração madeireira impulsionada pela expansão da agricultura na Amazônia também é uma preocupação.

Conservação do Mico-leão-preto

Já a brasileira Gabriela Rezende trabalha no Programa de Conservação do Mico-Leão-Preto, que começou há 35 anos no Instituto de Pesquisa Ecológica (IPÊ).

[Equipe de Gabriela Rezende trabalha pela conservação do mico-leão-preto – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)]

Nos últimos nove anos, a coordenadora do projeto Gabriela tem trabalhado para conectar populações de mico-leão-preto por meio de parcerias com comunidades para restaurar corredores florestais e aumentar a conectividade da paisagem.

Seu trabalho conjunto levou ao plantio do maior corredor florestal do Brasil.

Com os recursos do prêmio, a equipe de Gabriela irá trabalhar para manter populações de micos-leão-preto, realocando grupos de forma segura para evitar a consanguinidade genética e garantir que eles tenham o espaço necessário para prosperar.

Ela facilitará a participação local na restauração de habitats, plantando 500 mudas cultivadas em viveiros comunitários para conectar os fragmentos florestais.

O projeto aproximará o IPÊ de um objetivo geral: estabelecer 45 mil hectares de floresta contínua.

Fonte: https://whitleyaward.org/

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