A pesquisa identifica as áreas que devem ser protegidas para que não haja liberação de uma quantidade de carbono que causaria mudanças climáticas catastróficas no mundo.
Uma nova pesquisa assinada pela Conservação Internacional (CI) e seis outras organizações, mostra quais áreas devem ser protegidas para que não haja liberação de uma quantidade de carbono que causaria mudanças climáticas catastróficas no mundo.
Com a identificação desses locais, o problema pode ser evitado.
Essas áreas contêm mais de 260 bilhões de toneladas de carbono irrecuperável e incluem ecossistemas como manguezais, turfeiras, florestas antigas e pântanos.
O carbono irrecuperável abrange seis dos sete continentes, incluindo grandes reservas na Amazônia, Bacia do Congo, Indonésia, noroeste da América do Norte, sul do Chile, sudeste da Austrália e Nova Zelândia.
Se liberado na atmosfera por meio da destruição dos ecossistemas, esse carbono resultaria em emissões globais de combustíveis fósseis 26 vezes maiores que as de 2019.
“Simplificando, esses ecossistemas servem como reservas de carbono que não podemos perder. Assim como os combustíveis fósseis, suas emissões seriam herdadas por muitas gerações futuras, então devemos trabalhar agora, coletivamente, para manter este carbono no solo”, disse Allie Goldstein, uma das cientistas envolvidas no estudo.
“Temos um período de tempo durante o qual a proteção dessas reservas de carbono irrecuperável ainda está em grande parte sob nosso controle. Podemos decidir se as protegemos ou destruímos”, conclui.
Para identificar as reservas de carbono vivo da Terra, o artigo examinou 14 grandes ecossistemas e os classificou de acordo com suas reservas médias de carbono irrecuperável por hectare.
“Pense nesses lugares como reservas de carbono vivo da Terra. Esses ecossistemas levaram 30, 70, às vezes centenas de anos para absorver esse carbono. Mas a humanidade está destruindo esses ecossistemas a um ritmo alarmante, liberando mais de três bilhões de toneladas de gases de efeito estufa todos os anos”, disse Turner.
“Eles estão sendo destruídos, mas sabemos como protegê-los por meio da conservação e melhor gestão da terra”, disse Juan Carlos Ledezma, cientista da Conservação Internacional Bolívia e um dos autores do artigo.
Goldsten explica que trabalhando em parceria com as comunidades locais, a chance de ajudar os países a alcançar suas metas de mudança climática de maneira econômica, visando a sustentabilidade, é possível.
Os principais autores do artigo estão trabalhando em pesquisas adicionais para mapear o carbono irrecuperável globalmente e entender melhor onde as maiores reservas de carbono do mundo estão protegidas e onde enfrentam ameaças.Curta e compartilhe
Fonte: Conservação Internacional – https://www.conservation.org/brasil/noticias/2020/03/31/novas-pesquisas-identificam-terras-ricas-em-carbono-essenciais-para-evitar-cat%C3%A1strofes-clim%C3%A1ticas