De acordo com uma recente pesquisa, o país possui grande potencial, com águas rasas e uma cadeia de suprimentos, para a construção de parques eólicos offshore. [Foto:Parque Eólico Beatrice Offshore, na Escócia – Divulgação/Beatrice Offshore Windfarm]
O Programa de Assistência à Gestão do Setor Energético (ESMAP) fez um estudo que aponta o Brasil como grande potencial de energia eólica offshore.
A energia eólica offshore é a geração de energia renovável através da força do vento em alto-mar, onde há uma velocidade maior e mais constante, por não ter barreiras.
Para isso, são construídos parques eólicos, geralmente em oceanos, para coletar energia e transformá-la em eletricidade.
De acordo com o estudo, o Brasil possui um excelente potencial com águas rasas próximas a centros de demanda e um forte potencial na cadeia de suprimentos.
O levantamento apresenta oito estudos de caso sobre o potencial técnico deste tipo de energia em oito países.
Além do Brasil, os países avaliados foram a Índia, Marrocos, Filipinas, África do Sul, Sri Lanka, Turquia e Vietnã.
O potencial técnico é calculado com base na velocidade do vento e na profundidade da água.
Segundo a pesquisa, o desenvolvimento eólico offshore pode ocorrer após ou paralelamente ao desenvolvimento de uma capacidade considerável de recursos terrestres inexplorados, que pode ser dimensionada a um custo menor no curto prazo.
A costa do Brasil tem três prateleiras amplas, com profundidade menor que 50 metros e velocidades médias do vento maior que sete metros por segundo.
O estudo também aponta que o litoral, de São Luís a Natal, possui velocidades de vento de até nove metros por segundo, com um grande potencial técnico para fundações fixas.
Já o litoral sul, de Florianópolis até a fronteira com o Uruguai, possui os melhores recursos eólicos, acima de nove metros por segundo, com um potencial de 173 GW para fundações fixas e 430 GW para flutuações.
Por muitos anos, a geração de energia eólica offshore foi uma forma muito cara de geração de energia.
O custo variava entre US$ 150 a US$ 200 por megawatt-hora (MWh).
Isso mudou drasticamente entre 2016 e 2017, quando uma série de propostas competitivas na Europa testemunhou preços abaixo de US $ 100 /MWh.
Os preços continuaram caindo graças a melhorias tecnológicas, economias de escala, amadurecimento de cadeias de suprimentos, melhores estratégias de compras e os esforços de grandes e sofisticados desenvolvedores de projetos, incluindo vários dos setores de serviços públicos e petróleo e gás.
No entanto, até o momento, a indústria eólica offshore permaneceu amplamente confinada à Europa e à China.
À medida que os preços continuam caindo, este tipo de geração está cada vez mais ganhando força nos mercados emergentes.
As projeções sugerem que o vento offshore aumentará entre 7 a 11 GW por ano, de 2019 a 2024.
Embora grande parte do crescimento seja esperado na Europa, China, Japão, Coréia do Sul e Estados Unidos, existe um amplo potencial para os países em desenvolvimento aproveitarem esse momento.
Fonte: ESMAP