Ibama faz soltura de 248 pássaros que estavam presos com traficantes de animais

soltura de 248 pássaros

 Eles foram devolvidos à natureza na Chapada Imperial, reserva natural de cerrado localizada no Distrito Federal. Do total, 218 deles eram canários-da-terra.[Foto: Ibama]

O Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – realizou, na quinta-feira (18/06), a soltura de 248 pássaros apreendidos com traficantes de animais.

Eles foram devolvidos à natureza na Chapada Imperial, reserva natural de cerrado localizada no Distrito Federal. Do total, 218 deles eram canários-da-terra.

As outras aves que foram soltas se dividiam entre pintassilgo, papa-capim, sabiá-laranjeira, trinca-ferro e pássaro-preto, entre outros.

Os canários-da-terra foram resgatados pelo Ibama na quinta-feira da semana passada (11), após operação realizada na Rodoviária Interestadual de Brasília pelo Batalhão de Policiamento com Cães da Polícia Militar.

Escondidos em malas, os pássaros seriam levados de ônibus para São Paulo, onde seriam comercializados. O responsável foi autuado por crime ambiental.

As demais aves também foram apreendidas com traficantes nas duas últimas semanas.

Após a apreensão, as aves foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Ibama no Distrito Federal, onde passaram por triagem para ver se estavam em condições de serem devolvidos à natureza.

“Como os pássaros tinham sido recém-capturados, não precisaram passar por período de adaptação”, explica Rodrigo Dutra, coordenador-geral de Gestão da Biodiversidade, Florestas e Recuperação Ambiental do Ibama.

“Fizemos a soltura em uma reserva de cerrado, que é exatamente o habitat dessas aves”, completa.

Dutra destaca que os 23 Centros de Triagem de Animais Silvestres do Ibama existentes no Brasil continuam em funcionamento para recebimento e soltura de animais mesmo durante este período de quarentena.

Geralmente, são direcionados aos centros animais apreendidos em flagrante, como os pássaros soltos nesta quinta-feira, devolvidos voluntariamente por pessoas que os criavam de forma ilegal ou resgatados em áreas urbanas pelo Corpo de Bombeiros ou outros órgãos.

Crime ambiental

A Lei de Crimes Ambientais, criada em fevereiro de 1998, considera os animais, seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, propriedade do Estado, considerando que a compra, a venda, a criação ou qualquer outro negócio envolvendo animais silvestres é crime inafiançável.

O animal em cativeiro perde a capacidade de caçar seu alimento, de se defender dos predadores ou de se proteger de situações adversas. Se forem libertados, mesmo que em locais propícios, dificilmente sobreviverão.

Tráfico de animais silvestres

De acordo com a ONG Renctas, de cada 10 animais traficados, 9 morrem antes de chegar ao seu destino final.

Dessa forma, quase 38 milhões de animais são arrancados de seus ninhos, no caso das aves, e de suas tocas, no caso dos mamíferos. Desse número, apenas 1% chegará ao destino final.

De acordo com a Renctas, o Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre devido a sua imensa biodiversidade.

Esses traficantes movimentam cerca de 10 a 20 bilhões de dólares em todo o mundo, colocando o comércio ilegal de animais silvestres na terceira maior atividade ilícita do mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.

Fonte: Ibama e Renctas

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