Produtor rural ganha prêmio por restaurar terras degradadas para produzir alimentos e implantar Sistema Agroflorestal

Felipe Veloso está entre os cinco vencedores do ‘Concurso Ideias Renovadoras: plantando árvores e colhendo alimentos’, voltado para a recuperação da bacia do Rio Doce e promoção dos Sistemas Agroflorestais (SAF) no país.

O produtor rural Felipe Veloso ficou entre os cinco vencedores do ‘Concurso Ideias Renovadoras: plantando árvores e colhendo alimentos’, com a implantação de Sistemas Agroflorestais e transformação de terras degradadas e impróprias para plantio em uma agrofloresta biodiversa e produtiva.

Com o trabalho, desenvolvido em Governador Valadares (MG), Felipe ficou ente os finalistas e ganhou o prêmio de R$ 6 mil.

O concurso é voltado para a recuperação da bacia do Rio Doce e promoção dos Sistemas Agroflorestais (SAF) no país.

“Sou um advogado que deixou o escritório e a cidade para se dedicar à restauração de áreas degradadas e ao mesmo tempo produzir alimentos”, conta Felipe.

Em 2014, ele fez seu primeiro curso sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs) e se apaixonou pelo tema, passando a estudar e se aprofundar cada vez mais enquanto ainda atuava como advogado e pesquisador. Na época, ele cursava um mestrado.

“Não conseguia me imaginar dentro de um escritório trabalhando pelo resto da minha vida. Meu lugar era lá fora, plantando”, comenta o jovem de 28 anos, que conseguiu sua propriedade em Governador Valadares (MG) em 2017.

Terras degradadas depois de restauração. Arquivo pessoal/Felipe Veloso

“Desde então, venho trabalhando na implantação de Sistemas Agroflorestais e transformando o que antes era tida como uma terra imprópria para plantio por pessoas da região em uma agrofloresta biodiversa e produtiva”.

Para isso, o produtor rural vive na propriedade e trabalha todos os dias em novos plantios, colheitas, podas, manejo e manutenção das áreas plantadas, como explica orgulhoso.

Hoje, Felipe consegue produzir doces, compotas, geleias, polpas de frutas, hortaliças diversas e produtos derivados da mandioca, além de promover educação ambiental com a divulgação de técnicas e conhecimentos pelas redes sociais.

A intenção era começar a fazer visitas na propriedade neste ano, mas com a pandemia acabamos adiando esses planos e mantendo só a divulgação online mesmo”, explica o agricultor.

Agroecologia

Outros quatro projetos foram finalistas e ganharam o prêmio do Concurso Ideias Renovadoras.

Presente há 31 anos em Pernambuco, o Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA) é um deles.

Localizado em Glória do Goitá (PE), desde sua origem, o serviço desenvolveu o Sistema Agroflorestal em Agroecologia (SAFA), uma versão 100% orgânica do SAF, que valoriza o plantio de espécies nativas.

 

Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA). Arquivo pessoal.

 

Alexsandra Silva foi a proponente responsável pela inscrição do SERTA no Concurso e conta um pouco sobre o trabalho.

“No nosso quintal agroflorestal, queremos, a médio e longo prazo, nos tornar um sistema autossustentável, onde todos os insumos para a manutenção sejam produzidos localmente”.

Por ano, o espaço recebe cerca de 10 mil visitantes para a troca e multiplicação de conhecimentos.

“O sistema também visa atender a demanda alimentar do restaurante do SERTA. A comunidade estudantil e as famílias agricultoras são convidadas a participar dos processos”, complementa Alexsandra.

Sítio Semente

Criado por Juã Pereira, o Sistema Agroflorestal (SAF) do Sítio Semente é outro finalista do prêmio.

Com base na experimentação constante de várias técnicas de cultivo, o Sítio Semente é hoje referência em sistemas agroflorestais, oferecendo cursos, visitas guiadas, mudas e sementes, além da venda de alimentos orgânicos em feiras e cestas agroecológicas.

Sítio semente
Sítio Semente. Arquivo pessoal

 

“Pelas minhas contas, passam em média aqui, por ano, cerca de 700 ou 800 pessoas, se capacitando em vários tipos de cursos ligados aos SAFs. O nome já diz né? Semente pra plantar, pra crescer. Porque com uma semente a gente consegue várias sementes. Você planta uma semente de milho e dá 300 sementes numa espiga”, comenta Juã.

Juã conta que, em 2005, fez um curso em Alto Paraíso (GO) e, desde então, quis montar a própria agrofloresta. Começou com cerca de 2 hectares, que hoje cresceu para 7 hectares de área plantada.

O Sítio Semente ainda oferece um programa de voluntariado e trabalha com plantas medicinais e processamento de óleos essenciais.

“A ideia é inserir o ser humano como parte de um sistema inteligente mais abrangente, que é o Planeta Terra”, finaliza o agricultor.

Outros projetos

 

O Projeto de Diversificação Produtiva Agroecológica em Colatina (ES) desenvolvido por Ercílio e Norma Braun e o Sistema Agroflorestal de Vânia Maria de Oliveira, Alcina, e Scarlat em Periquito (MG) foram os outros dois projetos vencedores.

O prêmio foi de R$ 6 mil para cada finalista. Foram ao todo 131 inscrições, recebidas entre 22 de março e 13 de julho.

Fonte: WWF

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