O aparelho desvia das árvores e obstáculos e possibilita o mapeamento de uma floresta inteira de 400 mil m² em apenas 30 minutos
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Pensilvânia (EUA) desenvolveram um sistema computacional capaz de controlar um drone de forma autônoma no interior de florestas, para auxiliar no combate ao desmatamento.
O aparelho possibilita o mapeamento de uma floresta inteira de 400 mil metros quadrados em apenas 30 minutos.
Se o mesmo trabalho fosse realizado por uma equipe de engenheiros florestais, por exemplo, o tempo saltaria para 12 dias e meio, considerando que eles trabalhassem 24 horas por dia, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)
Pela dificuldade da tarefa, os profissionais optam por avaliar pequenos trechos da floresta e fazer uma estimativa dos dados totais, gerando informações muito menos precisas e detalhadas.
A pesquisadora e professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, Roseli Francelin Romero, explica que o sistema deverá auxiliar no trabalho de monitoramento e combate ao desmatamento.
“Nós conseguiríamos avaliar o estado de conservação das florestas e detectar locais que precisam de reflorestamento, servindo de alerta para as autoridades ambientais caso alguma região apresente transformações suspeitas ao longo do tempo”, afirma.
Um dos autores do trabalho é Guilherme Nardari, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC) da USP.
Ele afirma que o algoritmo desenvolvido para controlar o drone permite um mapeamento mais preciso e com informações mais detalhadas sobre a floresta.
“Além de termos a possibilidade de fazer um inventário florestal em uma área de cobertura muito maior, com a atuação do drone esse processo se torna muito mais rápido, seguro e preciso”, diz.
Nardari também afirma que o sistema possibilita voos menos suscetíveis a interferências em comparação com outros modelos encontrados na literatura da área de automação.
Drone
Com peso aproximado de três quilos e autonomia de voo de 20 minutos, o drone, que está sendo testado nos Estados Unidos, é composto por quatro hélices, uma câmera, um computador de bordo, e um controlador de voo.
Um sensor a laser é responsável por calcular em tempo real a distância entre o drone e as árvores ao seu redor, para que sejam desviadas.
Vegetação
Atualmente o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) realiza alguns levantamentos florestais por imagens de satélite, mas são estimativas que impossibilitam uma análise mais minuciosa da vegetação em áreas específicas.
Os resultados do trabalho geraram um artigo que foi publicado na revista científica IEEE Robotics and Automation Letters.
A pesquisa também foi apresentada na International Conference on Robotics and Automation 2020, evento científico da área de robótica, que teve em 31 de maio e segue até o próximo dia 31 de agosto, com realização online, devido à pandemia de Covid-19.
Fonte: Governo de São Paulo