A data marca o dia em que a demanda da humanidade por recursos e serviços ecológicos excede o que a Terra pode regenerar naquele ano.
A pandemia do novo coronavírus atrasou em três semanas a chegada do ‘Dia da Sobrecarga da Terra’, este ano.
A data, conhecida mundialmente como ‘Earth Overshoot Day’, marca o dia em que a demanda da humanidade por recursos e serviços ecológicos excede o que a Terra pode regenerar naquele ano.
Já o Dia da Sobrecarga de um país é a data em que o Dia de Sobrecarga da Terra cairia se toda a humanidade consumisse da mesma forma que as pessoas naquele determinado país.
Segundo pesquisadores, isso aconteceu porque a taxa na qual a humanidade consome os recursos da Terra diminuiu drasticamente, em consequência do isolamento social para evitar a transmissão da Covid-19, que foi feito em todo o mundo.
No ano passado, ‘Earth Overshoot Day’, também conhecido como ‘Dia de Sobrecarga da Terra’ foi atingido em 29 de julho e, neste ano, apenas em 22 de agosto.
Esse adiamento de três semanas entre as datas representa a maior mudança de um único ano desde o início do overshoot global, na década de 1970.
Desde então, o aumento da população e o aumento dos níveis de consumo per capita fizeram com que o ‘Dia de Sobrecarga da Terra’ se movesse cada vez mais para o início do ano, com a data chegando em julho pela primeira vez em 2019.
O cálculo para definir esse marco foi realizado pela Global Footprint Network, uma organização de pesquisa internacional que anualmente realiza, junto a institutos e entidades, a captura e coleta de dados sobre o uso dos recursos naturais.
Com as informações obtidas em relação aos primeiros meses do ano e baseada na tendência observada em períodos anteriores, ela estima o tempo de durabilidade dos elementos da natureza e, com isso, o Dia da Sobrecarga é definido.
Os dados apontam, por exemplo, se todos os países tivessem o hábito de consumo dos EUA, seriam necessários cinco planetas.
Os dados também apontam que 1969 foi o último ano em que os recursos na Terra suportaram o hábito de consumo.
Para calcular os impactos da Covid-19 na pegada ecológica deste ano, a GFN combinou os dados disponíveis mais confiáveis com as suposições mais razoáveis para avaliar a situação atual dos recursos da humanidade.
Assim, foram avaliadas as mudanças nas emissões de carbono, perda florestal, demanda de alimentos e outros fatores que poderiam impactar a biocapacidade global ou a Pegada Ecológica de 1º de janeiro até o Dia da Sobrecarga global, que em 2020 foi em 22 de agosto.
O estudo constatou que houve uma grande queda nas emissões de CO2, consequente da pandemia.
A redução foi de 14,5%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. e na silvicultura comercial (queda de 8,4% em relação a 2019).
A pesquisa conduzida pela Global Footprint Network mostrou que o lockdown levou a uma redução de 9,3% na pegada ecológica da humanidade em comparação com o mesmo período do ano passado e queda de 8,4% na produção derivada das florestas.
No entanto, para continuar consumindo recursos ecológicos com a taxa atual, ainda seria preciso o equivalente a 1,6 Terras.