Lixeira inteligente chamada SmartBin é desbloqueada via smartphone e chamou atenção de cidade australiana por garantir maior eficiência na cadeia de reciclagem
Um novo modelo de lixeira inteligente criado pelo engenheiro curitibano Rafael Caetano tem atraído a atenção de gestores públicos por incentivar uma nova relação dos cidadãos com a coleta de lixo reciclável nas cidades.
O dispositivo, nomeado de SmartBin, funciona como um sistema de caixas inteligentes distribuídas pelas ruas públicas, que são ativadas via aplicativo no smartphone, semelhante aos já conhecidos modelos para desbloquear patinetes e bicicletas em algumas regiões.
O sistema foi desenvolvido em Adelaide, na Austrália, em um programa de parceria com o Founder Institute, um instituto que impulsiona startups no mundo, com base no Vale do Silício.
No sistema, todo o processo de coleta é feito sem que os cidadãos precisem compartilhar superfícies na hora de fazer a reciclagem de resíduos, o que é um outro benefício no contexto atual da pandemia d Covid-19.
A cada produto inserido no equipamento, a pessoa usuária recebe $ 0,10 de reembolso na Austrália. Essa é uma estratégia utilizada em diversos países do mundo para incentivar a reciclagem entre a população.
Para o cidadão usar a lixeira, é preciso localizar por meio do aplicativo os locais em que o SmartBin está instalado.
Em seguida, desbloquear a tampa da lixeira usando um QR Code estampado no equipamento e inserir o resíduo reciclável que contém um código de barras que é reconhecido automaticamente pela lixeira inteligente por conter um leitor de código de barras internamente, que processa o depósito e envia incentivo financeiro ao usuário através do aplicativo.
Um dos principais diferenciais da inovação tecnológica está no momento em que a lixeira atinge sua capacidade máxima.
Nesta etapa, um sinal é enviado automaticamente para os coletores parceiros credenciados da SmartCity Go, startup responsável, que disponibilizará a coleta do conteúdo do equipamento e o transporte até um depósito de resíduos credenciado.
Neste processo, o coletor é remunerado pela execução do transporte. Parte do valor pago fica com o profissional e a parte é direcionada para a SmartCity Go gerir o sistema.
No Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial já concedeu o registro de patente do SmartBin e também do sistema de gestão desenvolvido.
A iniciativa atraiu interesse da cidade australiana Adelaide, eleita este ano como a terceira melhor cidade para se viver no mundo, que já utiliza dispositivos semelhantes, mas que são ativados via touchscreen.
“A tecnologia de desbloquear a lixeira via aplicativo teve boa aceitação na cidade pelo fato de se usar o próprio celular do usuário. Desde o início da pandemia da Covid-19, os pontos de troca de recicláveis vinham perdendo atratividade por causa do receio das pessoas de compartilhar uma tela”, explica o engenheiro Rafael Caetano.
As negociações com a cidade de Adelaide começaram em meados de 2020. A pandemia da Covid-19, no entanto, adiou a contratação de quaisquer serviços que não fossem de emergência de saúde.
Neste ano, as tratativas voltaram a evoluir. Além da Austrália, já há interesse no sistema de representantes da Bélgica e de um parque tecnológico do Brasil.
O sul da Austrália foi escolhido para elaborar o projeto por causa de seu histórico de 40 anos em desenvolver iniciativas de reembolso para reciclagem.
Anualmente, a região consegue retornar cerca de 600 milhões de garrafas e latas de bebidas, o que demonstra o potencial mercado para esse tipo de inovação no país.
O dispositivo, além de incentivar a economia circular e a compensação monetária de programas de reciclagem, também é versátil. Ele foi construído para ser modulável, ou seja, o equipamento pode ser adaptado e integrado a recipientes de coleta de diversos tamanhos, materiais e finalidades, podendo inclusive ser móvel.
Fonte: Assessoria Smart City Go