O tucupi subproduto de resíduo da produção da farinha de mandioca está em fase de testes
Combustível de resíduo da farinha de mandioca e energia solar, a princípio parece uma receita de sustentabilidade.
O engenheiro Alípio Fernando é o responsável pelo andamento da pesquisa do novo biocombustível.
Primeiramente, o biocombustível vai passar por testes na Eco-Fazenda Escola Patú Anú, localizada em Breves, no Arquipélago do Marajó, no Pará.
O combustível de tucupi é trabalhado para ser utilizado por exemplo, em rabetas, embarcações frequentemente vistas na Amazônia.
Coproduto da mandioca

Popular na culinária dos amazonenses, o tucupi precisa de tratamento para não causar danos ambientais e ao ser humano.
Após ser triturada, a mandioca é prensada e forma uma massa.
Como resultado desse processo, é feita a separação da massa seca e resta um líquido residual que é altamente tóxico, chamado de manipueira.
A manipueira possui alta concentração de ácido cianídrico (HCN), que pode causar dor de cabeça, assim como tonturas e falta de ar e além disso , pode afetar o sistema nervoso central.
Na natureza, essa substância contamina o ambiente aquático e todo o ecossistema ali presente.
Desse modo, o descarte inadequado desse resíduo provocaria danos ambientais e de saúde.
O tucupi precisa passar 24 horas em processo de fermentação e ainda mais 40 minutos de cocção antes de ser consumido.
A poluição ambiental, proveniente da manipueira, restringe, por exemplo, fisicamente os locais de produção.
Frequentemente, há formação de enormes volumes deste líquido, provocando condições insalubres para a população e afetando à saúde e a economia desta atividade.
Combustível limpo e renovável

Motores elétricos de quatro tempos receberão o biocombustível e logo após instalados nas rabetas.
Além do combustível de tucupi, os motores receberão carga através das placas solares.
O município de Breves não tem acesso a energia elétrica e por isso placas solares geram a energia da comunidade.
O biocombustível de tucupi já está sendo utilizado na cozinha do projeto.
Agora, ele será modificado para que possa alimentar os motores das embarcações.
Com isso, além de evitar a poluição do meio ambiente com o resíduo tóxico, o biocombustivel vai diminuir o uso de combustíveis fósseis.
Da mesma forma, tornará a embarcação mais econômica e sustentável, já que a matéria prima do biocombustível é farta na região.
Fonte: O Liberal Folha do Progresso