6 aprendizados que o IV Intensivão de Gerenciamento de Resíduos deixou

Gestão de resíduos

Um dos maiores eventos do Portal Sustentabilidade, o IV Intensivão de Gerenciamento de Resíduos começou com o pé direito no dia 7 de abril.

Sempre com os melhores profissionais de cada setor, o projeto vem crescendo ano após ano, exigindo muitas vezes que o portal abra mais de sessenta grupos na plataforma do Whatsapp, ou seja, a procura vem sendo maior a cada ano que o Portal Sustentabilidade abre inscrições para este evento. 

O evento tem como objetivo principal, por exemplo, mostrar as inúmeras oportunidades que o mercado de resíduos oferece.

Existem poucos profissionais atuantes nesta área, então é necessário unir forças para que haja profissionais cada vez mais capacitados para o melhor gerenciamento dos resíduos. 

Nesse ano, o Portal Sustentabilidade contou com a participação de Roberto Guião (biólogo com DSC em engenharia civil na área de concentração de meio ambiente da Dr. Catador), Humberto Izidoro (especialista em engenharia ambiental e gerente de negócios da Resilog e Resinova), Marcos Poiato (fundador da Poiato Recicla), Rodrigo Imbelloni (especialista em engenharia sanitária e ambiental da Masterplan Consultoria Ambiental), Antônio Januzzi (pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias da Estre Ambiental) e Jaqueline Gomes (engenheira ambiental da Trial Rio e diretora de conteúdo do Portal Sustentabilidade). 

Mas quais foram os 6 aprendizados que cada live deixou?

Qual foi o legado que a quarta edição do Intensivão de Gerenciamento de Resíduos deixou para o seu público?

Conheça agora os 6 aprendizados que o IV Intensivão de Gerenciamentos de Resíduos deixou. 

1 – Mercado de Resíduos Orgânicos – Compostagem e Biodigestor

Intensivão
Live 1 – Jaqueline Gomes e Roberto Guião – Foto: Portal Sustentabilidade

“Se não houver sustentabilidade em todos os aspectos, fica muito mais difícil da humanidade existir.”

(Roberto Guião)

Nesta live, Roberto Guião nos alerta sobre o descarte ilegal dos resíduos orgânicos em aterros. O especialista dá ênfase a mudança de comportamento da sociedade e o interesse pelas coisas que andam acontecendo no mundo, no sentido de poder contribuir para solucionar o problema dos resíduos na humanidade. 

Além disso, o especialista reforça a importância do consumo consciente para a redução de resíduos orgânicos nos aterros e nos convida a refletir no quanto a sociedade pode mudar o cenário. 

De acordo com o especialista, o saneamento básico está entre os principais problemas ambientais que enfrentamos.

Desse modo, o principal objetivo está em melhorar o gerenciamento de resíduos no Brasil. 

2 – Mercado de Construção Civil 

gerenciamento de resíduos
Live 2 – Jaqueline Gomes e Humberto Izidoro – Foto: Portal Sustentabilidade

Para o melhor controle na gestão dos resíduos, devem haver políticas públicas para que haja melhores fiscalizações nas obras.”

(Humberto Izidoro)

Humberto Izidoro nos aponta que ainda há muita deficiência no gerenciamento de resíduos de construção civil, mais especificamente na segregação correta e no descarte do material. 

Algumas alternativas foram apresentadas para que haja o melhor gerenciamento destes resíduos, como o reaproveitamento deste material dentro da própria obra, a reciclagem e até o beneficiamento do resíduo classe A, onde o material é granulado e utilizado de forma agregada na obra. 

Além de dar uma aula completa sobre este assunto, citando a Resolução Conama nº 307 de 5 de julho de 2002, o especialista aponta uma das dificuldades da lei, onde ela não especifica quem pode assinar o PGRCC, sendo que ela não fala nada a respeito deste tema. No entanto, o aconselhável é que quem deva responder por isso são os conselhos de classe CRQ, CRBio e CREA.

Nesta live, Humberto aponta o maior desafio no que diz respeito aos resíduos da construção civil, sendo necessárias políticas públicas que sejam de fato implantadas para que haja maiores fiscalizações nas obras, gerando assim um melhor controle na gestão dos resíduos. 

3 – Como transformar o resíduo em um negócio de sucesso?

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Live 3 – Jaqueline Gomes e Marcos Poiato – Foto: Portal Sustentabilidade

“O mercado de resíduos é um campo fértil de prospecção de negócios”.

(Marcos Poiato)

Um dos maiores expoentes do mercado ambiental, Marcos Poiato nos mostra como é possível transformar os resíduos em um negócio de sucesso. 

O dono da Poiato Recicla nos contou como conseguiu fazer das bitucas de cigarro um negócio bem-sucedido, superando todos os obstáculos e passando por todos os processos burocráticos, até chegar ao ápice de ser convidado pela Embaixada da Itália para estar presente na Primeira Semana Embaixada Verde, realizada em Brasília-DF.

Além de nos contar como funciona na prática, Poiato destaca a persistência e o acreditar no seu projeto/trabalho, com amplo respaldo científico. Neste sentido, o empresário compartilha quatro elementos cruciais para transformar os resíduos em um negócio de sucesso, são eles: 

  1. Tomar a decisão de enfrentar muitos desafios e problemas
  2. Estudar profundamente o negócio em que vai investir, principalmente sobre a viabilidade de mercado e tamanho desse mercado.
  3. Ter um excelente planejamento estratégico e financeiro, para suportar todas as variáveis que surgiram pelo caminho
  4. Ser resiliente

Poiato nos alerta sobre a importância do seu negócio ter a obtenção da licença operacional, pois dependendo de tão inovador que seja o seu negócio, é capaz que não exista uma legislação específica para esse processo, então é importante estar atento às legislações.

Há muitas oportunidades neste mercado e muito ainda por se fazer. Os desafios são enormes, mas a jornada parece ser mais facilitada e isso vem de encontro muito a credibilidade que é alcançada. Então é importante que se faça tudo de forma correta, sempre com muita ética e transparência.

4 – Novas leis que regem o gerenciamento de resíduos

gerenciamento  de resíduos
Live 2 – Jaqueline Gomes e Roberto Imbelloni – Foto: Portal Sustentabilidade

“Os pontos que todo o profissional precisa saber devem varrer todas as áreas em que os resíduos devem ser trabalhados, desde a geração até o destino final.”

(Rodrigo Imbelloni)

Rodrigo Imbelloni nos conta que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos esteve em discussão há quase 20 anos no Congresso Nacional e questões relacionadas ao destino final sempre foram uma pauta muito discutida, pois a proposta era que fosse algo inovador e não algo como “mais do mesmo”.

Com o texto final, vemos que a Logística Reversa aparece como um conceito inovador e ela acaba sendo o tema central da PNRS. 

Logo, de acordo com o texto final, vemos que a PNRS não coloca a destinação final como apenas os aterros ou lixões, mas sim a Logística Reversa. 

Assim sendo, o novo decreto nº 10.936 de 12 de janeiro de 2022 aprimora a PNRS e dá maior peso à questão da logística reversa e à composição do SINIR. 

Além do novo decreto explicar como que a PNRS deve funcionar na prática, ele passa a regulamentar os catadores e dá autonomia ao SINIR para centralizar tudo a respeito dos resíduos, fazendo dele como um sistema de controle. 

Segundo o especialista, o novo decreto desburocratiza a PNRS e torna o gerenciamento mais simples e melhor do que vem sendo feito.

Então é muito importante que o profissional fique atento, pois isso inclui até mesmo os empreendedores, já que o SINIR passará a cobrar a documentação e terá o controle total dos resíduos. 

Como os acordos setoriais e os instrumentos compartilhados em Logística Reversa são recentes, ainda há muito para fazer.

Neste sentido, o novo decreto passa a ser um instrumento facilitador, servindo como um guia para colocar em marcha cada setor.  

5 – Combustível derivado de resíduos (CDR) – A energia que vem do lixo

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Live 5 – Jaqueline Gomes e Antônio Januzzi – Foto: Portal Sustentabilidade

“Não existe solução para todos os resíduos. É importante buscar solução para um tipo de resíduo em específico e para as suas frações.”

(Antônio Januzzi)

Antônio Januzzi destaca que é possível reaproveitar o que não é orgânico e nem reciclável, graças a uma máquina chamada Tiranossauro (triturador principal), onde grandes quantidades de resíduos são triturados e transformados em combustíveis. 

Segundo o especialista, o CDR é um combustível derivado de materiais que não podem ser utilizados no processo de biodigestão, sendo destinados para a alimentação de fornos industriais.

O especialista explica que antes de se tornar combustíveis, os resíduos sólidos urbanos e os resíduos industriais não-perigosos passam por um processo de triagem e homogeneização para se obter a melhor proporção entre materiais secos e úmidos.

Ou seja, o resíduo que pode passar para o CDR precisa ter característica de combustível e precisar ter o seu poder calorífico elevado. 

Empregado em fornos da indústria cimenteira, usinas de biomassa e até em caldeiras, gera grande poder calorífico, destruindo totalmente os resíduos, sem gerar passivos ambientais.

A ideia e o conceito deste tipo de tecnologia consistem em aumentar a vida útil do aterro. 

6 – Como utilizar o gerenciamento de resíduos para impulsionar a carreira ambiental

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Live 6 – Engenheira Jaqueline Gomes – Foto: Portal Sustentabilidade

“Faça dos teus olhos o terreno fértil para novas oportunidades.”

(Jaqueline Gomes)

Jaqueline Gomes costuma ser a anfitriã, recebe os convidados, conduz a live com maestria e possui o controle sobre as pautas.

Mas um dia as coisas tinham que mudar e dessa vez o jogo virou, porque a engenheira ambiental vai nos dar uma aula sobre como o gerenciamento de resíduos pode impulsionar a carreira ambiental.  

Segundo a especialista, não existe milagre. Antes de qualquer coisa, é necessário ter os olhos atentos ao tipo de resíduo que é gerado na sua região e como ele pode ser valorizado.

Jaqueline aponta que é necessário enxergar um mundo maior para esse resíduo e buscar soluções, diagnosticando qual o principal problema que este resíduo causa no local, conhecer as tecnologias que o mercado oferece, conhecer as leis e saber como aplicá-las.  

É importante olhar para as soluções sem preconceito. Se há um inimigo, esse é o lixão, pois é ele quem ataca o lençol freático, é ele quem provoca as mudanças climáticas. 

Portanto, é importante olhar para as outras tecnologias, estar com os olhos atentos para as novas tecnologias.

O IV Intensivão de Gerenciamento de Resíduos deixa um legado muito importante no que diz respeito ao controle dos resíduos que são gerados não somente pelas empresas, mas pela sociedade em si. 

Nesta edição, foi possível perceber o leque de oportunidades que o mercado oferece, tanto para quem pretende empreender nesse setor, quanto para quem pretende fazer parte de uma empresa ou uma equipe que busca as melhores soluções para os resíduos. 

Fonte: IV Intensivão de Gerenciamento de Resíduos. Ministrado por Jaqueline Gomes, pelo Portal Sustentabilidade. 

Por: Marco Antonio Monti Penna – Gestor Ambiental

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