Lodo residual pode se tornar biocombustível no Rio de Janeiro

lodo

Tecnologia será aplicada na Estação de Tratamento de Arraial do Cabo para reaproveitar lodo residual

O lodo residual do tratamento de esgoto poderá ter um reaproveitamento sustentável no Rio de Janeiro.

A Estação de Tratamento de Arraial do Cabo, administrada pela Prolagos será o local de testes.

A Unidade de Tratamento de Resíduos(UTR), será capaz de transformar o lodo residual do tratamento de esgoto em biocombustível e carvão vegetal.

Em conversa com o Portal Sustentabilidade, a assessoria de imprensa da Prolagos falou sobre o projeto.

Tecnologia sustentável

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A tecnologia prevê reutilizar o passivo que antes parava em aterros sanitários

A tecnologia para reaproveitar o lodo residual é a de pirólise lenta à tambor reativo, de acordo com a gestão da estação de tratamento.

Como resultado o processo gera biocombustível e o biochar um carvão vegetal utilizado para correção de solos degradados e sequestro de carbono.

Os testes do projeto de tratamento de lodo, acontecerão na unidade operacional da Prolagos.

Conta com o financiamento da Águas do Rio e Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Juntamente com a parceria da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Prefeitura de Arraial do Cabo.

De acordo com a assessoria, o projeto tem por objetivo desenvolver Modelos de Negócio para aplicação da tecnologia de Pirolise Lenta a Tambor Rotativo (PLTR) em Estações de Tratamento de Esgoto.

Além disso, com segmentação por capacidade da estação e posicionamento geográfico, considerando alternativas de parcerias, impacto socioambiental e formas de investimento e remunerações. 

Também será viabilizado a constituição de laboratório com Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) piloto.

Do mesmo modo equipamentos de apoio para outras aplicações, tais como resíduos urbanos, podas, cama de frango, por exemplo.

A pirólise consiste na degradação térmica de hidrocarbonetos na ausência de oxigênio, com temperatura abaixo de 800º C.

A PLTR adotada neste projeto possibilita tratar resíduos com cloro e flúor, por exemplo, sem produzir poluentes perigosos como dioxinas e furanos.

Com alta flexibilidade de tratamento de uma ampla variedade de matrizes orgânicas.

Do mesmo modo, aplicada na produção de energia térmica ou em motogeradores para geração de energia elétrica.

Sequestro de carbono

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Uma das metas do projeto é medir o sequestro de carbono – Foto: Reprodução/Pexels

Atualmente, não é possível estabelecer uma expectativa de crédito carbono.

O projeto tem como meta principal a medição de sequestro de carbono, mais a melhor resolução da disposição do lodo residual, buscando uma solução mais sustentável e econômica.

A principal tratativa a este lodo, atualmente, é a disposição em aterros sanitários o que leva um custo de operação, transporte e pagamento do aterro, que pode chegar a 60% do total do tratamento do esgoto.

As métricas inicialmente almejadas no projeto são:

  • redução de volume de resíduos, que significa a proporção de material inerte (cinzas) decorrente da degradação do lodo, onde a expectativa é de uma redução de 10x o volume inicial;
  • energia elétrica ou térmica, obtida pelo uso do gás de síntese gerado, em relação ao consumo de energia do processo de pirolise e o volume de lodo tratado, cuja expectativa é de um balanço energético positivo, com geração de receita financeira ou oferta social de energia;
  • impacto positivo ambiental e econômico pela aplicação das cinzas resultante como biochar.

As cinzas passarão por análises físicas e químicas antes de sua aplicação na agricultura, construção civil, por exemplo.

A composição dessas cinzas deve atender os normativos vigentes e uma qualidade esperada no mercado consumidor ao qual for destinado.

Imediatamente após passar por análise e autorização, o agora Biochar será aplicado em ações sociais definidas em conjunto com a Prolagos e a Prefeitura de Arraial do Cabo.

O projeto e os resultados acima descritos possuem desdobramento em crédito carbono, entretanto os impactos positivos da aplicação da tecnologia, superam a questão de sequestro de carbono, objetivando um contexto social e econômico sobre o processo atual de tratamento de esgotos.

Vantagens em relação as tecnologias de tratamento atuais

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A tecnologia sendo testada pode se tornar mais vantajosa do que as existentes hoje – Foto: Reprodução/Pexels

Atualmente mais de 50% do lodo no Brasil é disposto em lixões, terrenos baldios, lagos ou córregos, produzindo impacto socioambiental e colocando em risco todo o benefício da cadeia produtiva de tratamento de esgoto.

Desse passivo ambiental, menos 3% tem algum tipo de reaproveitamento focando retorno social, ambiental ou financeiro.

Ainda mais, a cadeia produtiva do tratamento de esgoto é, ao final, economicamente sustentável pela contribuição da sociedade, assim reaproveitar ao máximo o lodo sanitário significa valorizar o dinheiro público.

Os métodos mais utilizados são a incineração e a compostagem.

A incineração, em geral, não possui balanço energético positivo, ou seja, a energia consumida no processo é superior ao gás produzido, sendo um custo ao processo e não uma receita que amortiza o tratamento de esgoto.

A compostagem, apesar de apresentar uma destinação socioambiental positiva ao lodo sanitário, também tem pouca economicidade e necessita de área extensa para sua realização, o que em unidades de tratamento de esgoto urbana não existe.

Há, portanto, a necessidade de movimentação desse lodo sanitário e, por consequência, custos financeiros e riscos no transporte.

Significando assim uma operação de baixo risco instalada dentro da Estação de Tratamento.

Nessa tecnologia não haverá produção de dioxinas e furanos, por exemplo.

O gás e cinzas revertidos, respectivamente, em energia e biochar.

Fonte: Assessoria de Comunicação Prolagos

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