Extração de alumínio pode se tornar mais sustentável no Brasil

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Universidade no interior de São Paulo desenvolveu técnica sustentável para extrair alumínio da bauxita

Pesquisadores do Instituto de Química(IQ) da Unesp de Araraquara desenvolveram um método para extrair alumínio, que a princípio promete ser mais sustentável e econômica.

O método testado somente em laboratório por hora, foi patenteado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e apresentou excelentes resultados.

Metodologia

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Os fungos foram cultivados em melado – Foto: Reprodução/Pexels

Utilizando fungos cultivados em melaço de cana-de-açúcar, o experimento demonstrou ser eficiente e econômico.

Como resultado, uma solução sustentável para extrair o alumínio presente na bauxita ou em outras fontes que contêm o metal.

De acordo com a professora Denise Bevilaqua, vice-diretora do IQ e uma das autoras do estudo, mesmo em pequena escala, o resultado foi melhor do que o esperado.

A revista científica internacional Brazilian Journal of Microbiology, publicou o estudo.

Bioextração

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Foto: Sandra Sponchiado – IQ/Unesp

Para a bioextração, fungos encontrados em abundância na natureza, como por exemplo o Aspergillus niger, são cultivados em laboratório para que produzam esporos, e dessa forma, geram novos fungos.

Esse cultivo utiliza água e aveia, sendo o último o mais importante pois é rico em carboidratos e hidrogênio, nutrientes fundamentais para o processo.

Logo depois, os esporos são colocados em contato com o melaço, que estimula a produção de ácido orgânico.

Assim, esse ácido é o que extrai o alumínio da rocha. Nos testes de laboratório, 91% do metal presente nas amostras de bauxita foi extraído com sucesso.

Fonte de produção

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95% da produção de alumínio vem da bauxita – Foto: Reprodução/Pexels

O alumínio é matéria-prima para a fabricação de muitos produtos e objetos que utilizamos em nosso dia-a-dia.

Como por exemplo nos utensílios domésticos, carros, aviões entre outros.

95% de toda produção do alumínio é a partir do processamento da bauxita. Em média, para extrair uma tonelada do metal são necessárias 12 toneladas da rocha.

Em síntese, no método tradicional de extração realizado pelas usinas a rocha é separada da terra, moída, peneirada e dissolvida em soda cáustica, ou seja altamente poluente e perigoso.

O pó resultante deste processo é encaminhado para um forno quente, local onde recebe correntes elétricas que separam o alumínio da mistura e o tornam pronto para uso.

O processo da universidade permite a extração do metal a partir da bauxita, em condições normais de temperatura e pressão.

Além disso, dispensa o uso de ácidos fortes e reagentes contaminantes, evitando a geração de resíduos que impactam o meio ambiente. 

Inovação

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O estudo da universidade é inédito – Foto: Reprodução/Pexels

A proposta de usar ácido fúngico para extrair alumínio é uma inovação.

O sistema ainda garante que resíduos da cana e da produção de álcool sejam reaproveitados.

De acordo com a pesquisadora, além das vantagens em relação aos processos tradicionais da indústria, há também outros diferenciais em comparação com outros métodos semelhantes.

Como por exemplo, o fato da técnica utilizar microrganismos sem qualquer tipo de alteração genética, modificando apenas suas condições de crescimento para aumentar a produção dos ácidos.

Ela ainda ressalta que essa inovação incentiva a economia circular, e pontua que não podemos viver sem os metais.

Assim, é preciso encontrar e aplicar maneiras sustentáveis para o uso dos recursos naturais, através de um desenvolvimento sustentável.

Fonte: G1 UNESP

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