Readequação da mobilidade urbana como ferramenta para amenizar os impactos ambientais 

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Coletividade e energias renováveis são peças-chave readequar a mobilidade urbana e mitigar os efeitos da poluição

A poluição do meio ambiente e seus múltiplos agentes causadores têm sido motivo de grande preocupação ao longo das últimas décadas.

Cada vez mais, os indicadores demonstram que a inquietação tem embasamento: somente na cidade de São Paulo, a poluição do ar ficou acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde nos últimos 22 anos. 

Segundo estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), as concentrações de material particulado, ozônio e dióxido de nitrogênio estão além dos valores limítrofes estabelecidos pela OMS, com indicadores até quatro vezes maiores em algumas regiões da cidade. 

Trânsito Veicular

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O trânsito veicular é um dos responsáveis pelo aumento da emissão de poluentes – Foto: Reprodução/Pexels

É fato que o aumento da emissão dos poluentes está diretamente relacionado ao trânsito veicular, portanto, a readequação da mobilidade urbana é fundamental para reverter o cenário.

Investir em coletividade e energias renováveis pode ser peça-chave para o movimento. 

Dados do Inventário de Emissões Atmosféricas do Transporte Rodoviário de Passageiros no Município de São Paulo, também desenvolvido pelo Iema, apontam que, em São Paulo, os automóveis individuais fazem apenas 30% das viagens urbanas, mas são responsáveis por 72,6% das emissões de gases do efeito estufa do setor de transporte.

Em paralelo, as cidades ainda são estruturadas tendo os carros particulares como enfoque. De acordo com a pesquisa Viver SP 2020, da Rede Nossa São Paulo, enquanto os carros ocupam 88% dos espaços das vias, os ônibus – que transportam cerca de 29% das pessoas – detém apenas 3%. 

Readequação do espaço público

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Investimento em transporte público de qualidade pode diminuir o uso de carros particulares – Foto: Reprodução/Pexels

Os números deixam claro que há uma necessidade de readequação do espaço público, com maior centralização nas pessoas e investimentos em economia compartilhada e intermodalidade sustentável, ou seja, na integração das diversas formas de transporte nas cidades.

É fundamental revisarmos o espaço que os carros particulares ocupam no ecossistema, com a premissa de reduzir impactos econômico-ambientais.

Além disso, colocarmos em pauta a  discussão sobre a mobilidade do futuro, que é, acima de tudo, sobre a conexão entre diversas opções de transporte que tornam a jornada das pessoas mais fácil e conveniente.

A priorização dos meios de transporte coletivos, da mobilidade ativa e do desenvolvimento de frotas elétricas, por exemplo, são caminhos fundamentais para promover maior sustentabilidade.

Entretanto, para que o cenário se concretize, é preciso fazer com que mais pessoas enxerguem benefícios claros em deixar o carro e que outros não sonhem em abandonar o transporte coletivo.

Para isso, temos de oferecer opções de transporte qualificadas e acessíveis a todos. 

Qualificação do transporte público

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Transporte público qualificado ajuda a população a tomar decisões sustentáveis – Foto: Reprodução/Pexels

Trabalhar pela qualificação da experiência no transporte público é trazer dignidade para o dia a dia de quem usa o transporte, é atrair mais pessoas para tomarem decisões mais sustentáveis, mas é, acima de tudo, fazer da opção mais fácil para o indivíduo a melhor alternativa também para a sociedade. Nisso, a tecnologia tem um papel importante. 

A tecnologia já permitiu a abertura do mercado de serviços de mobilidade, ampliando as opções de deslocamento e a acessibilidade das pessoas.

No entanto, é necessário integrar esses mesmos recursos – informações em tempo real, pagamentos digitalizados, compartilhamento de informações – ao sistema de transporte público. 

Cidades do Futuro

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A tecnologia tem papel fundamental nas cidades do futuro – Foto: Reprodução/Pexels

Dessa forma, para atingir a eficiência das cidades do futuro, é essencial que o poder público esteja atento às oportunidades que se desenvolvem em parceria com o setor privado.

Ambos os setores podem trabalhar de forma integrada e complementar, abrindo espaço para o surgimento de novas ideias e projetos com o potencial de transformar o segmento. Precisamos superar a ideia de que deve existir apenas um protagonista.

A colaboração é a chave para melhorar a experiência para o usuário do transporte público, gerando novos produtos e serviços e contribuindo para o progresso da mobilidade urbana no país. 

Por: Por Luísa Peixoto, especialista em Políticas Públicas da Quicko

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