Ribeirinhos no Pará garantem renda com a coleta de sementes nativas para vender a indústria
Famílias de ribeirinhos no município de Salvaterra, na Ilha de Marajó, estão gerando renda com a coleta de sementes nativas.
Elas se organizam em associações, e vende a matéria-prima para a produção de alimentos, remédios e roupas, por exemplo.
Riquezas da Amazônia
A bioeconomia da biodiversidade, ou seja, explorar a natureza de maneira sustentável, gerando renda para as comunidades locais.
De acordo com Joice Ferreira, bióloga da EMBRAPA, a bioeconomia envolve o uso da natureza, mas sempre privilegiando o conhecimento dos locais. É uma oportunidade de dar condição de vida melhor a quem depende da floresta.
O murumuru é uma palmeira que chega a 15 metros e a semente é colhida pelos extrativistas.
Durante uma incursão na mata, eles coletam até 50 quilos de sementes.
Colaboração dos rios
Nem sempre é preciso entrar na mata para conseguir as sementes.
A força das marés, influenciam os rios na região e muitas vezes, as sementes são levadas pelas águas até a praia.
É o caso da semente de andiroba, que durante os meses de dezembro a julho, garante uma renda para as famílias que vivem da pesca.
Devido ao período de defeso, geralmente de novembro á março, as pescas comerciais são proibidas.
Indústria abastecida
A bioeconomia paraense gera mais de 200 mil empregos, a maior parte deles no campo, de acordo com um estudo feito pela ONG The Nature Conservancy, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Iadb) e uma empresa de cosméticos.
A venda das sementes é empregada na indústria abastecendo o mercado nacional, bem como a Ásia, Canadá, Estados Unidos além de diversos países da Europa.
Fazem parte desse grupo cerca de 100 famílias ribeirinhas, que vendem sua coleta para a Associação dos Produtores Extrativistas e Agrários de Salvaterra (APEAS).
Semente do Tucumã
O tucumã é um dos mais procurados pela indústria. E sua coleta pelos extrativistas ajuda o meio ambiente.
De acordo com especialistas, alguns rios do Amazonas forma totalmente fechados pelo excesso do fruto.
Quando o fruto fermenta, ele retira todo o oxigênio da água e mata toda a vida existente nesse ecossistema.
O tucumã é versátil e é utilizado em diversos seguimentos, como por exemplo, a polpa é ingrediente na culinária, a parte preta é usada em biomassa para obter combustível.
Fonte: Globo Rural