Bactéria que produz material biodegradável é encontrada em Cubatão

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A bactéria encontrada no mangue na Baixada Santista produz matéria-prima para plástico biodegradável

Uma bactéria capaz de produzir matéria-prima para fabricar plástico biodegradável, foi encontrada no manguezal na Baixada Santista.

De acordo com a USP, a bactéria tem propriedades similares a alguns tipos de plásticos.

Além disso, o material tem potencial para substituir derivados do petróleo e reduzir a poluição ambiental.

Propriedades de plásticos

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A bactéria foi encontrada no manguezal na Baixada Santista – Foto: Reprodução/Pexels

A bactéria chamada Methylopila oligotropha, produz grãos microscópicos de  poli-hidroxialcanoatos, ou seja, PHAs, para acumular energia.

O PHA é um material biodegradável, similar a alguns tipos de bioplásticos.

O potencial da produção de PHAs em larga escala da bactéria foi verificado em laboratório, pesquisa do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia da USP.

A finalidade é usar o PHA como matéria-prima nas indústrias, com o objetivo de substituir os plásticos produzidos a partir do petróleo, por exemplo, de forma a reduzir a poluição ambiental.

O estudo teve apoio do Research Center for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), centro de pesquisa em engenharia sediado na Escola Politécnica (Poli) da USP que reúne pesquisadores de diversas instituições nacionais e estrangeiras.

Potencial como matéria-prima

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Os testes com a bactéria demonstram resultados promissores – Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com a professora Elen Aquino Perpétuo, do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os PHAs são atraentes comercialmente pela possibilidade de serem substitutos para os derivados do petróleo, pois possuem propriedades similares a vários termoplásticos e elastômero.

Da mesma forma, a variabilidade da composição dos PHAs determina suas propriedades mecânicas e permite seu uso em diversas aplicações, como por exemplo, na produção de biopolímeros.

As áreas de farmácia e medicina usam esses materiais na confecção de suturas, bem como em implantes e fixações ósseas.

Estudo de Mestrado

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O estudo é projeto de Mestrado – Foto: Reprodução/Pexels

O projeto foi objeto da dissertação de mestrado de Esther Cecília Nunes da Silva, no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Biotecnologia da USP.

A pesquisa procurava identificar linhagens bacterianas produtoras de materiais de origem natural como os PHAs.

Segundo Elen, para chegar à produção industrial de PHAs, é necessário que haja estudo de escalonamento.

Entretanto, para além do escalonamento, é também necessário que haja incentivo fiscal e políticas públicas voltadas para a diminuição do uso de plásticos derivados de petróleo, principalmente aqueles de uso único, ou seja, descartáveis.

A Alemanha já fez isso em 2021, quando proibiu a venda de plásticos descartáveis, aplicando uma diretiva europeia destinada a proteger os oceanos da poluição.

Recentemente o Canadá e a Índia também proibiram o uso e fabricação desses itens.

Fonte: Jornal USP com a professora Elen Aquino Perpétuo

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