A Conferência dos Oceanos que aconteceu em Lisboa, terminou na última sexta-feira(30) e prometeu medidas urgentes
Terminou na última sexta-feira (01), a Conferência dos Oceanos, em Lisboa, com promessas de cooperação e medidas urgentes para proteger os oceanos e a vida marinha.
A declaração final foi acordada por mais de 150 países membros da ONU.
Cooperação
Durante a Conferência, Chefes de Estado e de governo demonstraram uma preocupação alarmante com a emergência global enfrentada pelos oceanos.
Principalmente com o aumento do nível do mar, da erosão costeira, bem como o aquecimento e a acidificação dos oceanos.
No texto final, os líderes das nações citam que falharam coletivamente em alcançar várias das metas do ODS 14, Vida na Água.
Entretanto, reafirmaram seu compromisso em cooperar com medidas urgentes para proteção da vida marinha e dos oceanos, sem mais demora.
Medidas urgentes
De acordo com Miguel Serpa Soares, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Jurídicos, os compromissos firmados pelos países impressionam.
Por exemplo, proteger pelo menos 30% das zonas marítimas nacionais até 2030, reduzir a zero a poluição causada por plástico até 2050 e garantir que 100% dos estoques de peixes sejam mantidos dentro dos limites biologicamente sustentáveis.
Algumas instituições anunciaram investimentos para contribuir para que essas medidas se cumpram.
Entre elas, o Banco de Desenvolvimento da América Latina promete investir US$1,2 bilhão para apoiar projetos que beneficiem o oceano na região.
Necessidade de conscientização
Ainda durante a Conferência, os Estados-membros da ONU reafirmaram que a mudança climática é um dos maiores desafios do nosso tempo.
Ainda mais, a preocupação com problemas ocorrendo nos oceanos, como por exemplo, as mudanças na abundância e distribuição das espécies marinhas, como os peixes, e impactos em ilhas e comunidades que vivem da pesca.
A relação do homem com o ecossistema dos oceanos é algo que requer mudanças significativas.
A conscientização da importância vital do equilíbrio da vida marinha é urgente e necessária.
Compromissos firmados
Durante a Conferência dos Oceanos em Lisboa, foi unânime que as nações só conseguirão alcançar as metas do Desenvolvimento Sustentável mediante o esforço de todos.
Dentre os compromissos firmados na Conferência, foram anunciadas medidas para a pesca, bem como reduzir a poluição plástica e também prevenção de acidentes marítimos.
E como destaque, restaurar e manter os estoques de peixes a níveis que produzam o rendimento máximo sustentável no menor tempo possível, diminuindo perdas nas capturas e devoluções desnecessárias de peixes, além de combater a pesca ilegal e irregular.
Pesca
O texto se compromete em monitorar ações para pesca e aquicultura sustentáveis em prol de uma alimentação nutritiva e de sistemas alimentares resilientes.
A pesca sustentável implica deixar peixes suficientes no mar, evitando a sobrepesca, para que a sua população possa se reproduzir de forma adequada, se renovando de maneira contínua, permanecendo produtiva e saudável.
Para que a pesca seja sustentável é imprescindível respeitar primordialmente a estrutura, produtividade, além da função e diversidade dos ecossistemas marinhos e habitats.
Dessa forma, minimizando os impactos sobre outras espécies, dedicando uma atenção especial às espécies protegidas, ameaçadas ou em perigo.
Poluição de embarcações
Seguindo os compromissos firmados, o texto fala sobre prevenir, reduzir e controlar todos os tipos de poluição marinha, de fontes terrestres e do mar, por exemplo, os resíduos sem tratamento, descartes de resíduos sólidos, substâncias químicas e emissões do setor marítimo, incluindo poluição por navios e ruídos subaquáticos.
Algumas medidas essenciais para evitar ou minimizar a poluição marinha são:
- – Construção de navios cargueiros mais seguros;
- – Controle do escoamento dos fertilizantes e outros produtos nocivos à água;
- – Instalação de estações de tratamento de esgoto;
- – Proibição da descarga de efluentes nos mares;
- – Fiscalização de indústrias;
- – Educação ambiental para a população.
Poluição Plástica
De acordo com a ONU, o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos. Além disso, adverte que os volumes de plástico que fluem para o mar poderão triplicar até 2040, com uma quantidade anual entre 23 e 37 milhões de toneladas.
Isto significa cerca de 50 kg de plástico por metro de costa em todo o mundo.
Como resultado, todas as espécies marinhas enfrentam riscos de envenenamento, distúrbios comportamentais, fome e asfixia.
Da mesma forma, corais, mangues e ervas marinhas também são sufocados por detritos plásticos que os impedem de receber oxigênio e luz.
O corpo humano da mesma forma é vulnerável à contaminação por resíduos plásticos em fontes de água.
Os plásticos são ingeridos através de frutos do mar, bebidas e até mesmo sal comum, mas também penetram na pele e podem ser inalados quando suspensos no ar.
Com base nesse relatório, a Conferência dos Oceanos se compromete em prevenir, reduzir e da mesma forma, eliminar o lixo plástico marinho.
Incluindo plásticos de uso único e microplásticos, por meio da reciclagem, da garantia do consumo e de padrões de produção sustentáveis, e por meio do desenvolvimento de alternativas para consumidores e indústrias, além de conseguir a negociação de um tratado legal internacional sobre poluição plástica.
“Restaurar a harmonia com a natureza por meio de um oceano saudável, produtivo e sustentável, é crítico para o planeta, para as nossas vidas e para o nosso futuro.”
Organização das Nações Unidas – Conferência dos Oceanos 2022, Lisboa, Portugal
Fonte: ONU News