A descoberta do manguezal foi publicada na revista Current Biology. Ecossistema é de grande importância para o sequestro de carbono
A expedição da National Geographic e da Rolex Perpetual Planet Amazon Expedition, publicaram no último dia 20, a descoberta de um manguezal de água doce, na Amazônia.
A região amazônica detém mais de 70% dos manguezais brasileiros e, como tal, é de grande importância para a conservação, adaptação ao clima e desenvolvimento sustentável.
Explorando a Amazônia
Assinam o artigo os pesquisadores Ângelo Bernardino, Ana Carolina Mazzuco, Fernanda Souza, Gabriel Nóbrega, Thiago Silva, J. Boone Kauffman.
A expedição de 2 semanas, foi realizada com o objetivo de explorar a natureza dos manguezais no Delta do Amazonas em detalhes.
De acordo com a publicação, os pesquisadores encontraram florestas únicas que são completamente distintas dos manguezais anteriores amostrados ao longo da costa amazônica e provavelmente de qualquer delta de rio no mundo.
Rico ecossistema
A expedição analisou dados da água, do solo, bem como a salinidade, composição, densidade e volume das árvores usando varredura a laser 3D do solo e de drones.
Os resultados da pesquisa mostram uma expansão dos manguezais mapeados existentes no delta do Amazonas de quase 20%, com mais 180 quilômetros quadrados.
Os manguezais são ecossistemas primordialmente importantes para o sequestro de carbono, o ” carbono azul”.
Além disso, protegem contra a erosão e habitats para muitas espécies terrestres e aquáticas, como por exemplo, pássaros, caranguejos e peixes.
Delta Amazônico
De acordo com Bernardino, o ecossistema encontrado no delta, provavelmente não se encontra em nenhum outro lugar no mundo.
Ainda, segundo o pesquisador, 99% dos manguezais do Brasil se desenvolvem em solos com alta salinidade, em estuários e áreas marinhas.
Entretanto, no delta, o rio cria condições especiais para o manguezal doce.
Como resultado de sua estrutura excepcional, essas florestas de mangue podem fornecer um funcionamento ecossistêmico distinto.
Além de suporte para espécies únicas de animais e plantas relacionadas em sua grande extensão.
Assim também, a nova estrutura desses manguezais oferece oportunidades para estudar processos ecológicos e biogeoquímicos não reconhecidos próximos ao maior delta de rio do mundo, que precisam ser investigados em detalhes.
Fonte: Currenty Biology G1