Localizado no Rio Grande do Sul, o Parque Nacional Lagoa do Peixe é área de proteção para aves migratórias
O Parque Nacional da Lagoa do Peixe(PNLP) foi criado em 1986 primordialmente com o objetivo de proteger as espécies de aves migratórias e as amostras dos ecossistemas litorâneos do Rio Grande do Sul, que dependem para seu ciclo vital.
Com bioma marinho costeiro, o parque abrange uma área de 36.721,71 hectares.
Vamos conhecer um pouco mais sobre as características e belezas do PNLP.
Ecossistema exclusivo

O Parque Nacional da Lagoa do Peixe está localizado no litoral sul do estado do RS, abrangendo respectivamente os municípios de Tavares, Mostardas e São José do Norte. A unidade foi criada através do Decreto nº 93.546, emitido em 06 de novembro de 1986.
Atualmente é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Os ecossistemas presentes nesta estreita faixa de terra, e água, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico apresentam características que conferem à região atributos exclusivos não encontrados em nenhum outro lugar do planeta.
Essas particularidades, além de garantir fenômenos como a regulação do fluxo de água, troca de nutrientes entre terra e mar e a moderação de eventos extremos como inundações e secas, da mesma forma garantem o ambiente ideal para a alimentação e repouso de dezenas de milhares de aves migratórias durante seus voos anuais.
É graças à riqueza de alimento ofertada pelo encontro das águas da Lagoa do Peixe com o mar, que o maçarico-de-papo-vermelho, consegue alcançar os maiores pesos registrados em toda a costa Atlântica.
Biodiversidade

O litoral do Rio Grande do Sul possui uma das maiores diversidades de fauna marinha e costeira do Atlântico Sul Ocidental, abrigando assim um grande número de espécies.
Dentre os principais grupos, destacam-se, por exemplo, as cinco espécies de tartarugas-marinhas, as sete de pinípedes e as 35 de cetáceos.
Além disso, há também o grupo das aves, que possui 661 espécies registradas no estado. Dessas, aproximadamente 15% são aves de hábitos marinhos e costeiros, incluindo espécies residentes e migratórias tanto do Hemisfério Sul quanto do Hemisfério Norte.
O parque possui atualmente mais de 275 espécies de aves registradas, entre migratórias e residentes.
Toda essa biodiversidade se explica devido ao encontro de duas importantes correntes marinhas, a corrente das Malvinas e a corrente do Brasil, no litoral gaúcho.
Como resultado, origina-se uma importante área de alimentação e reprodução de organismos marinhos.
Lagos e Banhados

O Parque fica em uma extensa planície costeira arenosa, situada entre a lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico.
Sua paisagem é composta por mata de restinga, banhados, campos de dunas, bem como lagoas de água doce e salobra, além de praias e uma área marinha.
Apesar da denominação, Lagoa do Peixe é, na verdade, uma laguna, por causa da comunicação com o mar. É relativamente rasa, com 60 centímetros de profundidade em média.
A área é um berçário para o desenvolvimento de espécies marinhas, como por exemplo, o camarão-rosa, tainha e linguado, e atrai varias espécies de aves, que encontram na lagoa e em suas marismas farta alimentação.
É através da abertura da barra da lagoa do Peixe que este ecossistema se mantém, assim como também diversas populações, animais e humanas.
Fauna e Flora

A vegetação esta representada por espécies características de solos arenosos e com alto teor de salinidade, como por exemplo, a macela-graúda, o brejo-da-praia e a espartina.
Na mata de restinga, a formação vegetal incluída nos domínios da Mata Atlântica, encontram-se espécies como figueiras, cambuís e canelas, bem como árvores menores, arbustos espinhosos e cactos. Juncos e gramas-brancas crescem nos banhados.
O local é habitat para mamíferos, entre os quais capivaras, lontras e tuco-tucos, bem como, o jacaré de papo amarelo.
As águas salobras repletas de plânctons, crustáceos e peixes atraem bandos de aves de várias partes do continente.
Do Chile e da Argentina chegam flamingos, as batuíras de coleira-dupla, de peito-avermelhado e de papo-ferrugíneo; ainda mais, da América do Norte migram mais de dez espécies de maçaricos, batuíras e o trinta-réis-boreal.
O maçarico-de-papo-vermelho , originário do Hemisfério Norte, viaja todo ano para a América do Sul. Em março, chega à lagoa do peixe, parada estratégica, para o retorno ao Ártico que se inicia em abril.