A comunidade do Caramujo é o local escolhido para o piloto do projeto que visa neutralizar as emissões de carbono nas favelas
A Secretaria Municipal do Clima de Niterói deu início ao programa que pretende neutralizar as emissões de carbono nas favelas.
O piloto acontece na comunidade do Caramujo, com uma população de quase oito mil pessoas.
Agentes do clima
O programa oferece oficinas de capacitação, e habilita os moradores como agentes do clima.
As famílias que conseguirem reduzir as emissões de gases entre 2% e 10% serão compensadas com uma transferência de renda mensal a partir de janeiro de 2023, que pode chegar a R$750.
De acordo com o secretário do clima, Luciano Paez, diz que a ideia do projeto é contemplar as 120 comunidades da cidade.
Sustentabilidade e renda
De acordo com o prefeito da cidade, Axel Grael, o Caramujo tem o mais baixo índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Niterói.
A comunidade tem uma média de cinco pessoas por domicílio e uma população de quase oito mil pessoas, com renda média entre R$700 e R$1.000, segundo informações da secretaria.
Assim, essa ação tem como objetivo de prover um impacto importante na educação e na conscientização dos cidadãos para a sustentabilidade.
Além disso, vai proporcionar mais uma oportunidade de renda para as famílias.
Mobilidade
A professora Ana Maria Cyrino, moradora da comunidade do Caramujo acredita que o programa vai ajudar a reduzir por exemplo, os deslizamentos muito comuns no local
O projeto aborda a mobilidade, redução no consumo de energia, bem como reciclagem e reflorestamento.
Na mobilidade, a secretaria pretende efetuar parcerias público-privadas para incentivar o uso do transporte público.
Além disso, estuda implantar um sistema de bicicletas compartilhadas na comunidade.
Gestão de resíduos
Na gestão de resíduos, a coleta de materiais recicláveis será feita de porta em porta por meio de uma parceria com a empresa CLIN (Companhia de Limpeza de Niterói).
As famílias que colaborarem com o processo receberão pontos em um sistema de bonificação, que será compatibilizado para estimar a compensação financeira a ser recebida.
O objetivo é que cada família reduza primordialmente 10% da emissão de carbono por mudanças no consumo de energia, mobilidade e reciclagem.
O plantio de árvores vai compensar os outros 90%. Para cada tonelada de carbono na atmosfera, sete mudas serão plantadas principalmente em áreas de risco. Assim, ajudar a reduzir riscos de desmoronamento.
A formação atual vai contar com 15 agentes comunitários para trabalhar no projeto.
O secretário do clima diz que, por se tratar de um programa piloto, ainda em fase de desenvolvimento, alguns pontos e especificidades só poderão ser aperfeiçoados durante a implementação do projeto.
Fonte: O Globo