Projeto brasileiro selecionado pela Nasa para cultivo espacial quer tornar possível o plantio na Lua e em Marte
O projeto brasileiro de cultivo vertical está entre os selecionados pela NASA para o cultivo de alimentos no espaço.
A competição Deep Space Food Challenge busca tecnologias e sistemas inovadores para produzir alimentos na Lua e em Marte, por exemplo, de forma que exija o mínimo de recursos e produza a menor quantidade de resíduos possível.
A iniciativa é da NASA, em coordenação com a Agência Espacial Canadense (CSA), e integra o trabalho de preparação para levar astronautas em missões a destinos distantes.
Morangos espaciais

O projeto brasileiro selecionado é da cidade de Piracicaba, em São Paulo, que está sendo desenvolvido no laboratório da Escola Superior de Agricultura Luís de Queiroz (ESALQ).
Os parâmetros para o cultivo estabelecidos pela NASA é simulando o ambiente de uma nave espacial.
O cultivo segue as orientações e conta com um ambiente todo controlado como por exemplo, a temperatura, umidade e iluminação.
Além disso, reproduz a natureza de forma artificial. O projeto brasileiro disputou com mais 180 inscrições de diversos países.
O objetivo principal é desenvolver métodos para garantir alimentos para os astronautas em viagens de longa duração.
Produção Vertical

De acordo com Paulo Rodrigues, agrônomo, tudo começa com a escolha das mudas matrizes.
Essas mudas vão para um tubo de cultivo por meio controlado.
Ainda de acordo com Paulo, essas plantas permanecem em contato com uma luz azul, que controla o crescimento.
Assim, elas permanecem seguras por até um ano, prontas para o plantio.
Da mesma forma, um gel é inserido no tubo, com tudo o que a planta precisa, e permite verificar a formação de fungos ou anomalias que possam estragar as mudas.
Parâmetros da NASA

Quando o astronauta decidir que é a hora de iniciar o cultivo, ele tem um módulo dentro da nave que vai funcionar dentro da estufa.
De acordo com Christian Demétrio, engenheiro de computação do projeto, a estufa foi desenvolvida seguindo os parâmetros especificados pela agência espacial para ser acomodada dentro da nave.
Da mesma forma, dados como por exemplo pressão atmosférica, umidade relativa do ar e temperatura estável de 25ºC.
Esses direcionamentos, permitem que o módulo e as plantas permaneçam estáveis no espaço.
O plantio

O plantio é feito em uma bolsa com fibra de coco.
Ainda mais, o módulo vertical usa o mínimo de água possível na irrigação, através de um sistema de reaproveitamento.
Além dos morangos, os pesquisadores conseguiram cultivar com sucesso a taioba.
Essa planta é rica em vitaminas, sais minerais e antioxidantes.
A ideia em torno da taioba é que ela cresça nas cavernas de Marte, de acordo com os pesquisadores.
O controle de pragas com pulverização faz parte do projeto.
Os pesquisadores usam o óleo essencial da laranja que higieniza as plantas, e principalmente, sem risco de contaminação.
A próxima fase de seleção da NASA é em novembro e pelos resultados apresentando até o momento, o Brasil tem grandes chances de ser escolhido para seguir adiante.
Além do Brasil, cientistas de mais oito países estão participando do concurso da NASA.
Fonte: Globo Rural