Representantes dos quatro países se reuniram em Montevidéu para discutirem ações a serem executadas no Aquífero Guarani
Representantes de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se reuniram em Montevidéu, no último dia 16, para debater a implementação de um programa de ação estratégica para o Sistema Guarani de Aquíferos, com foco na realização de ações regionais.
Durante o encontro, foram discutidos e propostos um arranjo para a coordenação técnica do programa e instrumentos de gestão regional que permitirão a implementação coordenada e harmonizada de ações prioritárias que assegurem a sustentabilidade a longo prazo do aquífero.
Aquífero Guarani
O Sistema Guarani de Aquíferos contribui como fonte de água doce para milhões de pessoas nos quatro países, que dependem de seu uso para cobrir necessidades domésticas, agrícolas, industriais e turísticas.
O aquífero representa uma das maiores reservas de água doce do mundo, com aproximadamente 30 mil quilômetros cúbicos, e é uma fonte de energia térmica.
A analista ambiental da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Cláudia Ferreira Lima foi uma das representantes do Brasil no encontro. Ela destacou a importância do trabalho conjunto entre os quatro países.
De acordo com Cláudia, o tratado do Aquífero Guarani é o primeiro de cooperação para um aquífero na América Latina. O MDR tem muito a contribuir na gestão de águas subterrâneas e na cooperação transfronteiriça entre os quatro países.
“O Guarani é um dos maiores aquíferos transfronteiriços do mundo e sua gestão tem uma importância ambiental e estratégica para a segurança hídrica”, ressaltou Claudia.
Manejo sustentável
Roseli dos Santos Souza, coordenadora de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos do MDR, também participou do evento.
Outros objetivos previstos com o trabalho em cooperação são o manejo sustentável do aquífero – possibilitado por um projeto conjunto de redes de monitoramento, troca de dados e respectivos protocolos.
Além disso, o acordo entre os países sobre protocolos para monitoramento de dados, com objetivo de implementação de estratégias conjuntas eficazes para a queda de impactos transfronteiriços.
O projeto também prevê a execução de testes de campo e avanços na implementação de uma rede de monitoramento multiuso e seus protocolos.
Reserva de água doce
O SAG é formado por rochas arenosas e tem uma das maiores reservas de água doce do mundo.
O Brasil sedia 61,65% do sistema, mais precisamente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, enquanto 20,98% estão na Argentina, 8,05%, no Paraguai e 3,32%, no Uruguai.
O Sistema representa uma das maiores fontes de água doce subterrânea do planeta e ocupa uma área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados.