Pesquisadores de universidades brasileiras produzem biogás com bagaço de maçã

maçã

O bagaço da maçã foi utilizado com sucesso para produção de biogás de acordo com a pesquisa

Pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal do ABC (UFABC) utilizaram com sucesso bagaço de maçã para produzir biogás.

A pesquisa foi publicada na revista Biomass Conversion and Biorefinery.

Economia circular

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Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com os pesquisadores, a iniciativa está inserida na filosofia de “economia circular”, cujos princípios são redução de custos, fechamento dos ciclos de produção de resíduos e avanço da reutilização e reciclagem de bioenergia e biomateriais.

A maçã está entre as frutas mais consumidas em todo o mundo, tanto in natura como processada em suco, vinagre de cidra, entre outros.

Entretanto, os resíduos gerados pela indústria são geralmente descartados sem qualquer aplicação posterior.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a produção mundial de maçã em 2020 foi de quase 86,5 milhões de toneladas. China (46,85%), Estados Unidos (5,38%) e Turquia (4,97%) são os produtores mais destacados.

Biorrefinaria

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Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com Tânia Forster Carneiro, a biorrefinaria com tecnologia de digestão anaeróbia gera energia elétrica e térmica, reduz emissões de gases de efeito estufa e valoriza o resíduo, convertido em adubo orgânico.

Tânia concluiu o doutorado em engenharia de processos industriais na Universidade de Cádiz (Espanha) em 2004 e atualmente leciona na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, na área de bioengenharia e biotecnologia.

Como explica a pesquisadora, a digestão anaeróbia é um processo microbiológico que envolve consumo de nutrientes e produção de metano.

Além disso, a digestão anaeróbia do tipo seca (com concentração total de sólidos dentro do reator acima de 15%) é considerada um tratamento interessante para resíduos orgânicos sólidos e uma destinação final mais adequada ambientalmente quando comparada com aterros sanitários.

Resultados promissores

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Foto: Reprodução/Pexels

Os resultados mostram um rendimento de 36,61 litros (L) de metano por quilo de sólidos removidos, o que pode gerar 1,92 quilowatt-hora (kWh) de eletricidade e 8,63 megajoules (MJ) de calor por tonelada de bagaço de maçã.

A bioenergia recuperada pela indústria poderia suprir 19,18% de eletricidade e 11,15% de calor nos gastos operacionais do reator.

Como resultado, os biocombustíveis e a bioeletricidade podem contribuir para as políticas públicas, reduzir o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa procedentes dos resíduos orgânicos.

Menos emissões

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Foto: Reprodução/Pexels

Durante a pesquisa, foi constatado que a emissão evitada de gases de efeito estufa gerados pelo biogás representou 0,14 quilograma (kg) de dióxido de carbono (CO2) equivalente de eletricidade e 0,48 kg de CO2 equivalente de calor por tonelada de bagaço de maçã.

“A tecnologia de digestão anaeróbia é estável e pode ser implementada em indústrias de pequena e média escala, auxiliando na transição para a economia circular e oferecendo uma melhor destinação para os resíduos de frutas, o que é uma alternativa para a valorização de subprodutos, proporcionando ganhos para a cadeia produtiva”, diz Carneiro.

Fazem parte da pesquisa os estudantes e pesquisadores da FEA-Unicamp Larissa Castro Ampese (doutoranda), William Gustavo Sganzerla (Doutorado direto), Henrique Di Domenico Ziero (Doutorando) e Josiel Martins Costa (pós-doutorado), além do professor Gilberto Martins (Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da UFABC).

Fonte: Canal Rural

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