Jovem empreendedora criou marca de roupas reutilizando tecidos de paraquedas
O amor pelo paraquedismo aliado ao empreendedorismo deram vida a uma marca de roupas e acessórios fabricados a partir de tecidos de paraquedas, em Boituva, interior de São Paulo.
A equipe de redação do Portal Sustentabilidade conversou com a Fly High, para conhecer essa iniciativa.
A iniciativa
De acordo com Stefanni Eduarda, a Teté, fundadora da Fly High, a ideia era dar um novo destino aos tecidos de paraquedas, ou seja o velame, que nada mais é do que o paraquedas em si. Ele é formado por células de náilon que, quando infladas, dão ao objeto o formato de uma asa.
O amor pelo esporte, é passado de geração em geração por sua família, e assim desde 2020 a jovem confecciona peças e acessórios de paraquedas, reutilizando esse resíduo que seria descartado no lixo comum.
Muitos paraquedistas e visitantes do centro de treinamento perguntavam o que poderia ser feito com os tecidos dos paraquedas, que eram descartados em lixo comum.
Esporte e Sustentabilidade
Nesses três anos de existência, a marca já produziu jaquetas corta vento, bolsas, shorts e chapéus com o tecido.
Stefanni comenta que aproximadamente 90 paraquedas que seriam enviados para o aterro sanitário, foram ressignificados pela marca, e produziram peças exclusivas.
O tecido de paraquedas possui um sistema de ripstop, ou seja, o tecido é feito com nylon entrelaçado a outro tecido, podendo ser algodão ou poliéster. Ripstop (“rip” é rasgo em inglês, e “stop” é parar) é todo tecido que tem em sua composição fios de nylon dispostos de maneira quadriculada, impedindo que ele seja desfiado quando rasgado.
Dessa forma, a durabilidade é um dos grandes diferenciais das peças, que devido a tecnologia do velame, ainda corta o vento pois o tecido do paraquedas não é poroso.
Vida nova ao resíduo
As peças ganham vida, quando os paraquedas se tornam resíduos, ou seja, deixam de ser úteis aos paraquedistas.
Isso ocorre quando atingem a data de validade de fábrica seguindo as normas de segurança, rasgos, ou ainda danos que possam tirar a segurança do voo, e seu uso deixa de ser seguro para o esportista.
Para a confecção das peças, os paraquedistas que segundo Stefanni, “piraram na ideia” da marca, muitas vezes fazem doações dos tecidos e eles ainda compram alguns velames.
Cada peça é única, devido ao designer, cores e formatos do velame. Nenhuma peça é igual a outra.
Para a fabricação, o velame passa por um processo de lavagem, depois é feito o desmanche e vai direto para a confecção.
A inspiração das peças vem de grandes marcas, de acordo com a empreendedora, e também nos praticantes do esporte, que são em sua maioria, apaixonados pelo paraquedismo. Assim, a Fly High desenvolve uma modelagem exclusiva e cria peças autênticas.
Com informações da Fly High