A orquestra tocou no aterro para aumentar a conscientização sobre a importância da reciclagem e o meio ambiente
Um grupo de músicos da Orquestra Paraguaia de Instrumentos Reciclados Cateura, se apresentou em um show no topo de uma colina nos arredores da capital da Bolívia na segunda-feira (27), usando instrumentos produzidos com materiais retirados do lixo.
Além de usar os instrumentos não convencionais, a orquestra tocou no aterro para catadores que ali passam o dia, coletando materiais para seu sustento.
Recicláveis
A orquestra começou em 2006, quando o ambientalista Favio Chávez e o coletor de lixo Nicolás Gómez resolveram criar instrumentos a partir das sucatas que encontravam.
Com o passar dos anos, a orquestra ficou popular. Hoje, participam do projeto dezenas de crianças e jovens que vivem na comunidade Bañado Sur, uma área pobre de Cateura de Asunción, no Paraguai.
O violoncelo, por exemplo, é feito de lata de óleo, madeira que já tinha sido jogada fora, uma colher que era usada para amassar carne e uma ferramenta que servia para fazer nhoque.
Graças à reciclagem de materiais, o grupo já conseguiu criar violinos, guitarras, flautas, saxofones e outros instrumentos.
Musica no aterro
Tocando músicas de Coldplay e John Lennon, entre outros artistas, os músicos divertiram os trabalhadores do aterro em La Paz.
Muitos dos catadores ficaram impressionados com o som de violoncelos, violinos e trompas feitos de latas grandes, cachimbos e outros materiais descartados como lixo.
“É muito bonito e fiquei realmente surpreso com esses instrumentos reciclados”, disse a trabalhadora Silveria Vega. “Eles são melhores que os originais”, acrescentou ela com um sorriso.
Conscientização
A musicista Bianca Pintos exibiu seu violoncelo artesanal durante um intervalo do show, destacando a qualidade do instrumento.
De acordo com Bianca, o instrumento feito com lixo, tem o mesmo som de um violoncelo feito de madeira. “Realmente não há muita diferença, exceto que este é feito de lixo.”, completa.
O concerto foi realizado enquanto as autoridades locais de La Paz visam minimizar o impacto ambiental dos lixões, especialmente o risco que podem representar para o abastecimento de água subterrânea.
A capital da Bolívia produz cerca de 670 toneladas de lixo por dia, segundo dados oficiais.
Fonte: Reuters Jornal Joca