O procedimento será usado pela primeira vez no Nordeste e usa plantas aquáticas nativas para filtrar e tratar a água.
Um dos mais importantes cursos d’água da Zona Oeste do Recife, o Riacho do Cavouco receberá um projeto-piloto de plantas filtrantes. O procedimento será usado pela primeira vez no Nordeste e a técnica será usada principalmente para o tratamento da água.
De acordo com os idealizadores, a tecnologia é inovadora, sustentável e de fácil manutenção, e vai utilizar plantas aquáticas nativas para filtrar a água do Cavouco.A técnica é semelhante à utilizada no rio Sena, em Paris, na França, um dos mais famosos rios do planeta.
As plantas nativas irão favorecer a ampliação do oxigênio da região, e dessa forma, contribuem no processo de resiliência do riacho.
Jardins Filtrantes
De acordo com a Prefeitura do Recife, os jardins irão ocupar cerca de 7 mil metros quadrados do riacho e serão responsáveis pelo tratamento de parte da vazão da água poluída, que irá desaguar no rio Capibaribe.
Nos jardins, espécies cuidadosamente selecionadas associam suas raízes aos microrganismos existentes nos substratos dos filtros para, assim, exercerem a remoção de poluentes, transformando radicais compostos de nitrogênio e fósforo.
Além disso, as plantas filtrantes absorvem compostos orgânicos, metais e outros componentes bioquímicos que poluem os efluentes.
Ou seja, um sistema natural, no qual não há aplicação de nenhum tipo de agente químico artificial ou microrganismo exógeno no processo.
O processo de tratamento
A fitorremediação ocorre por meio de tanques com diferentes configurações, escavados no solo, impermeabilizados e preenchidos com substratos específicos. Na superfície dos substratos, são plantadas espécies vegetais que promovem o tratamento em uma zona de raízes.
A tecnologia foi criada na França pelo arquiteto paisagista Thierry Jacquet, que para o caso do Rio Sena, em Paris, foi criado pelo arquiteto um parque filtrante que purifica as águas.
O processo libera água limpa para oxigenação do rio sempre que necessário, permitindo por exemplo, a recuperação do efluente de forma natural.
Uma vez construído e plantadas as espécies vegetais, os microrganismos responsáveis pelo tratamento se proliferam na zona de raízes naturalmente, requerendo manutenção periódica de baixo custo.
Parcerias
O Jardim Filtrante vai ser responsável por captar a água que está suja e assim, fazer o tratamento dela de maneira 100% natural.
A iniciativa tem como fonte de financiamento o Fundo Global do Clima e vai custar R$ 4,5 milhões.
O projeto é implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e executado em parceria com a Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries), Porto Digital e Prefeitura do Recife.
Fonte: Folha PE