Curso “Sisteminha – Gerenciamento de Projetos” está disponível na plataforma EAD da Embrapa.
A Embrapa está com inscrições abertas para o Curso “Sisteminha – Gerenciamento de Projetos” em plataforma EAD.
O Sisteminha é uma tecnologia social usada por famílias moradoras de áreas urbanas, periurbanas e rurais para produção integrada de alimentos.
Compartilhando experiências
Os participantes poderão conhecer as experiências vividas por pesquisadores, técnicos e produtores na gestão e além disso, implantação de projetos relacionados ao Sisteminha.
O conhecimento dessas experiências pode facilitar o entendimento das dificuldades e soluções encontradas para multiplicação da tecnologia, de acordo com Luiz Guilherme, pesquisador da Embrapa Cocais que desenvolveu a tecnologia.
Voltada para técnicos de ATER, agentes municipais e estaduais, professores e interessados na tecnologia, a capacitação é contínua, gratuita e tem duração de 30h.
Como funciona o Sisteminha
A tecnologia social é apropriada para produzir alimentos em pequenos espaços para atender às necessidades nutricionais de uma família de quatro a cinco pessoas, de acordo com as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em um quintal de tamanho entre 100 e 1500 metros quadrados, o Sisteminha expressa toda sua versatilidade, sendo possível a produção de peixes, ovos e carne de galinhas e codornas, suínos, porquinhos da índia, bem como grãos, legumes, frutas, hortaliças, húmus de minhoca e composto orgânico, entre outros.
Além de garantir a alimentação básica às famílias, possibilita da mesma forma a geração de renda, por meio da comercialização do excedente da produção.
Modelo agrícola sustentável
Toda a implantação do projeto é voltada para a redução de custos e seguindo modelo agrícola sustentável.
“É uma metodologia simples, de fácil construção, aproveita o que já é culturalmente utilizado pelas famílias e consegue retirar as pessoas da situação de pobreza e miséria, gerando assim, segurança e soberania alimentar em menos de sete meses. E principalmente, ensina as famílias a conquistarem sua independência alimentar e nutricional, melhorando sua autoestima e capacidade de resolver problemas relacionados à execução das atividades”, explica o criador do Sisteminha, o zootecnista Luiz Guilherme.
Os módulos do sistema são organizados de acordo com a disponibilidade e interesse do produtor.
Piscicultura e reaproveitamento de água
O Sisteminha utiliza a piscicultura intensiva praticada em pequenos tanques construídos com materiais diversos, como papelão, argila e plástico.
O tanque para a produção de peixes (tilápias) tem capacidade de oito a dez mil litros de água. Todos os módulos se beneficiam em algum momento dos nutrientes oriundos do tanque de peixes.
Esse tanque é capaz de produzir entre 100 e 120 quilos de tilápia em três ciclos por ano. Ao fim de cada ciclo, os peixes chegam a pesar entre 200 e 300 gramas.
A água residual da criação dos peixes, pode ser considerada um biofertilizante, que contém macronutrientes como nitrogênio e potássio além do fósforo, magnésio, enxofre e cálcio.
A partir da recirculação dos nutrientes provenientes do tanque de peixes, é possível obter um sistema de produção integrado de frutas e hortaliças.
Os vegetais são adubados também com o esterco das aves e pequenos animais. Estes, por meio da compostagem, são curtidos e se transformam em húmus com auxílio das minhocas.
Em seguida esse adubo natural retorna ao cultivo dos vegetais.
Alimentação equilibrada
Segundo Guilherme, o Sisteminha permite o uso de fontes alternativas de energia e garante às famílias alimentação equilibrada durante o ano todo.
A plantação é escalonada, ou seja, o plantio é feito aos poucos, assim a colheita é gradual, para não faltar nem sobrar muitos alimentos.
Em cada fase, algo é acrescentado. É um conjunto de soluções tecnológicas integradas no tripé peixe, aves e húmus, em associação ou rodízio com outras atividades da cadeia alimentar, tendo, como ponto central, a piscicultura intensiva, de acordo com Guilherme.
Outro diferencial do Sisteminha é que, por exemplo, a produção de peixes nesse modelo sequestra mais de 60% do carbono que poderia ir para a atmosfera.
Tecnologia, portanto, sustentável social, econômica e ambientalmente”, resume o pesquisador.
As inscrições podem ser feitas no site da Embrapa neste link.
Fonte: ENews