Plataforma ClimaAdapt é 100% automatizada e visa apoiar a identificação de vulnerabilidades relacionadas a mudanças climáticas.
Foi realizado na segunda-feira (3), na ENAP, em Brasília, o lançamento da Plataforma ClimaAdapt, desenvolvida em parceria pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e a Microsoft do Brasil.
A plataforma é 100% automatizada e utiliza dados públicos e disponíveis nos órgãos que trabalham diretamente ou indiretamente com a agenda de mudanças do clima.
Dados para identificar vulnerabilidades

A iniciativa foi realizada com o apoio da Elo Group, responsável pelo desenvolvimento e implementação da solução.
Com base nas informações colhidas, a plataforma apresenta um mapa, com precisão de 100 metros, que permite identificar vulnerabilidades específicas das regiões brasileiras aos eventos climáticos extremos.
De acordo com os desenvolvedores, trata-se de um sistema extremamente inovador, simples, intuitivo e visual, que permite a análise da vulnerabilidade de todo o território brasileiro e seus habitantes aos eventos climáticos extremos ocasionados em decorrência das mudanças do clima.
São classificadas como vulnerabilidades as características específicas ambientais, sociais e climáticas de um terreno que fazem com que ele seja mais suscetível ou não aos impactos adversos do clima.
Informações precisas

A Plataforma ClimaAdapt incorpora, até o momento, 15 camadas de informações, que podem ser analisadas individualmente ou em conjunto.
O modelo final contempla a sobreposição de camadas de vulnerabilidades específicas, como por exemplo, tipos de solos, declividade do terreno, PIB per capita e IDH, entre outras informações.
“Entender a vulnerabilidade às mudanças do clima é importante para compreendermos melhor os riscos que a população está exposta quando há ocorrência de chuvas extremas, depressões tropicais, ciclones extratropicais, secas severas e outros eventos climáticos extremos e assim desenvolvermos uma resiliência climática”, destaca o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
A ferramenta permite ainda a futura inclusão de novas camadas, além da atualização das já existentes.
De acordo com o diretor de Parcerias com o Setor Privado do MIDR, Paulo Alexandre de Toledo Alves, também é possível incorporar camadas com pontuação negativa à escala, indicando as intervenções humanas no sentido de reduzir as vulnerabilidades e promover a adaptação às mudanças do clima e o aumento da resiliência.
Isso pode permitir com que a ClimaAdapt funcione também como uma importante ferramenta de avaliação de impacto de políticas públicas e de forma bastante visual, completa.
Monitorando o nível do mar

A plataforma traz também dois modelos específicos, sendo um para o aumento do nível do mar em decorrência das mudanças do clima e outro para identificar trechos críticos de rodovias federais e estaduais para alagamentos e deslizamentos de encostas com alta declividade.
Além do mapa interativo, no qual é possível aplicar efeitos de transparência às camadas selecionadas e identificar os pontos de maior vulnerabilidade específica, é possível analisar os dados técnicos por meio da ferramenta de PowerBI, na qual podem ser gerados relatórios sobre as vulnerabilidades.
“É uma ferramenta essencial para que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios brasileiros possam justificar e solicitar investimentos de fundos internacionais para a adaptação às mudanças do clima e redução de vulnerabilidades, como, por exemplo, o Fundo de Adaptação (em inglês, Adaptation Fund) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (em inglês UNFCC) ou o futuro fundo de Perdas e Danos (em inglês, Loss and Damage) do Acordo de Paris sob o mesmo guarda-chuvas da UNFCCC”, destaca Paulo Toledo.
Política Nacional sobre a Mudança do Clima

A Plataforma ClimaAdapt está hospedada inicialmente no site do MIDR.
Porém, se trata de uma iniciativa técnica de Governo, visando atendimento à Política Nacional sobre a Mudança do Clima e apoio na implementação da UNFCCC e do acordo de Paris, o que ensejará uma estrutura de governança em estudo junto ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e à Casa Civil da Presidência da República.
A estrutura de governança poderá aportar subsídios técnicos à plataforma e somará esforços para melhoria e amadurecimento da metodologia, incluindo, futuramente, as eventuais medidas adaptativas necessárias para a redução das vulnerabilidades identificadas, segundo o ministério.
As medidas adaptativas visam contribuir para a redução das vulnerabilidades dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestruturas, às variações climáticas extremas correlacionadas ou não às mudanças do clima, e para o desenvolvimento regional sustentável a médio e longo prazo, de forma a aproveitar as oportunidades emergentes e evitar perdas e danos.
Fonte: MIDR