Conheça o instrumento que é capaz de traduzir o desempenho das políticas climáticas de cada país.
Diante da crise climática que assola o mundo, foi criada uma ferramenta que permite medir não somente o desempenho, mas que permite comparar os esforços acerca da proteção do clima e do progresso feito por cada país a respeito das mudanças climáticas.
Nos últimos anos, o cenário é de muita preocupação no mundo e a ferramenta geralmente é divulgada durante as Conferências das Partes, o que conhecemos como as COP’s, que são realizadas todos os anos, em que une as nações com o objetivo de criar mecanismos para minimizar os danos causados pelas mudanças climáticas.
Esse mecanismo se chama Índice de Desempenho das Mudanças Climáticas (Climate Change Performance Index – CCPI).
Mas o que vem a ser Climate Change Performance Index – CCPI?
É uma importante ferramenta que traduz o desempenho das políticas climáticas de cada país, que tem como objetivo colocar pressão política e social sobre os países que não conseguem tomar medidas ambiciosas que contribuam o suficiente para a estabilidade climática global e destacar os países com as melhores práticas climáticas.
O Índice tem por base os conjuntos mais recentes de estatísticas fornecidas pela Agência Internacional de Energia e uma avaliação por peritos do desempenho atual no que diz respeito às políticas climáticas, à escala nacional e internacional.
O CCPI é da responsabilidade da organização não governamental de ambiente alemã Germanwatch e do NewClimate Institute, publicado em conjunto com a Rede Internacional de Ação Climática (Climate Action International – CAN International)
A última edição do índice foi publicada durante a COP 27, mas já com os números de acordo com o ano de 2023, como Índice de Desempenho das Mudanças Climáticas (2023)
Confira agora o índice de desempenho de cada país
Segundo o Índice de Desempenho das Mudanças Climáticas, a Dinamarca e a Suécia são os países que vão mais a frente na classificação, devido as suas ambiciosas políticas em termos nacionais e internacionais.
Países como Chile, Marrocos e Índia têm tido um bom desempenho, sendo que o Chile adotou uma lei em que o objetivo é atingir a neutralidade carbônica em 2050 e que inclui medidas concretas neste sentido, enquanto a Índia beneficia de níveis de emissões e de utilização de energia per capita muitos baixos, além de apostar em energias renováveis.
A China e os Estados Unidos ocupam lugares mais baixos, principalmente por serem as nações maiores poluidoras, isso porque a China registrou a maior descida de todas no ranking, apesar da forte adoção de energias renováveis e os Estados Unidos possui suas emissões per capita, além da quota de energia renovável per capita, mantendo-se mal classificadas, segundo alguns ecologistas.
O fraco peso das energias renováveis e a forte dependência no petróleo, fazem com que Irão, Arábia Saudita e Cazaquistão apresentem classificações mais baixas.
O desempenho do Brasil, da Rússia, da Turquia e Hungria apresentam igualmente um desempenho muito baixo.
A Austrália já não se encontra mais no final da tabela do índice, mesmo com o desempenho climático muito fraco.
Desempenho da União Europeia no índice
A União Europeia subiu três lugares no índice, devido as melhorias na categoria de políticas climáticas com a implementação do pacote Objetivo 55, acordado na COP27.
Enquanto a Espanha foi uma das nações que mais subiram no índice ao ter registrado melhorias em todas as categorias, a França foi descendo gradativamente, devido a baixa utilização de energias renováveis e em termos de política internacional, pela sua oposição ao financiamento climático.
Portugal subiu posições graças ao encerramento das centrais de carvão e legislações com bases climáticas, além da categoria de emissão de gases de efeito estufa, que foi o que mais melhorou, registrando um nível médio.
No cálculo do Índice de Desempenho das Mudanças Climáticas, entram os progressos em matéria de mitigação climática em 59 países com as emissões mais elevadas.
Assim, os parâmetros avaliados são o nível de emissões de gases de efeito estufa, com uma porcentagem de 40% de energias renováveis, consumo de energia e políticas climáticas, que contam 20% cada uma para a avaliação final.
Nenhuma nação recebeu uma qualificação de desempenho “muito alto”, ou seja, que significa estar fazendo o suficiente para limitar o aquecimento global a 1,5 graus acima, o que mostra que as nações precisam se esforçar um pouco mais para um mundo mais sustentável e correto ambientalmente.
Ainda há muito trabalho pela frente, o que pode fazer com que os números melhorem e principalmente, que faça o mundo crescer gradativamente de maneira correta e sustentável.
Fontes: