Bélgica- O país que mais minera os metais preciosos de resíduos eletrônicos

Bélgica

A Bélgica é destaque na Mineração Urbana de Resíduos Eletroeletrônicos.

Formada pela união de diversos povos, como celtas, franceses e alemães, que se instalaram na região para fins comerciais, a Bélgica é uma nação localizada no noroeste da Europa.

Conhecida pelo seu Índice de Desenvolvimento Humano elevado, o país tem uma das maiores taxas de reciclagem de resíduos da Europa, sendo que quase 75% dos resíduos residenciais produzidos lá, são reutilizados, reciclados ou compostados, muito diferente do Brasil, que segundo aponta a Abrelpe, o índice de reciclagem é de apenas 4%.

Diante dos esforços constantes, começando pela Reforma do Estado de 1983, em que o meio ambiente passou a ser uma responsabilidade regional, como no caso de Bruxelas – Capital e Valã, que são responsáveis pelas questões ambientais em seus respectivos territórios, a Bélgica passou a crescer ambientalmente de forma gradual, principalmente com a mineração urbana de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos, conhecido popularmente de lixo eletrônico.

Mineração

Bélgica
Foto: Reprodução/Pexels

A mineração tradicional consiste na extração de recursos do subsolo a partir da lavra de uma jazida mineral e o processamento dos minérios.

Assim, a mineração urbana vem a ser o aproveitamento econômico de recursos do “sobressolo” resultantes de geração de resíduos, de características diversas, pelo descarte de produtos e materiais pós consumo.

Nesse sentido, a mineração urbana é a recirculação ou reciclagem de produtos e materiais pós-consumo na forma de matéria prima secundária, como forma de se minimizar os impactos ambientais, valorizar os resíduos, bem como criar e otimizar os benefícios econômicos em prol de um ambiente sustentável.

À semelhança da mineração convencional, a mineração urbana pode recuperar materiais metálicos raros e comuns e materiais não metálicos, a exemplo, respectivamente de Resíduos de Equipamento Elétricos e Eletrônicos (REEE) ou “lixo” eletrônico, como também é popularmente conhecido. 

A mineração urbana de resíduos de equipamento elétricos e eletrônicos (REEE) ou “lixo” eletrônico, abrange desde o uso sustentável dos recursos, passando pela produção sustentável, por exigir o desenvolvimento de tecnologias a partir de insumos alternativos, e se completa na gestão eficiente dos resíduos como forma de torná-los matérias primas secundárias.

Minerar materiais de valor a partir de resíduos é uma solução que já tem sido alvo de muitos países europeus, como a Bélgica por exemplo. 

Mineração urbana de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) na Bélgica

diamantes
Foto: Reprodução/Pexels

A Bélgica é reconhecida mundialmente por desenvolver processos limpos na área de metais e mineração, ao extrair ouro, diamante cobre, zinco, estanho, chumbo, níquel e pedras preciosas de resíduos eletroeletrônicos, retornando-os à cadeia produtiva ao mesmo tempo em que reduz sua extração das fontes virgens.

Inclusive, o país está na lista dos maiores produtores de estanho no mundo, lembrando que este metal é extraído principalmente dos smartphones, sendo responsável pela função de tela sensível ao toque.

As principais empresas que realizam este serviço, estão localizadas nas regiões que mais movimentam o turismo do país, Bruxelas, Beerse e Berango

Além disso, essas companhias também trabalham na reciclagem, no processamento de metais não ferrosos, catálise e produtos químicos.

Por ser um país de grande polo industrial, destaca-se pela eletrometalurgia, pirometalurgia e hidrometalurgia, devido os esforços sustentáveis e ambientalmente corretos para extrair os metais dos resíduos eletroeletrônicos.   

Para se ter uma ideia da quantidade do que as companhias produzem, há companhias que chegam a produzir cerca de 10.000 toneladas de ânodos de cobre, 1.500 toneladas de lingotes de chumbo e 800 toneladas de lingotes de estanho por mês, todos provenientes de resíduos reciclados importados de todos pelo mundo.

Possível solução

Bégica
Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com o artigo “Mineração Urbana de Resíduos Eletroeletrônicos: Uma nova fronteira a explorar no Brasil”, de Lucia Helena Xavier e Fernando A. Freitas Lins, publicado em 2018, apenas cerca de 20% da quantidade de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos gerados mundialmente são coletados e reciclados.

Mas esses números podem variar, a exemplo dos países do Norte da Europa, com reciclagem entre 50 e 75%, os Estados Unidos da América com 22% e os países latino-americanos, com menos de 5%, com exceção do México, que possui 34%.

A parte não reciclada apresenta um destino oficialmente desconhecido, possivelmente disposta em aterros, comercializada clandestinamente ou reciclada de forma indevida, ou seja, sem os devidos cuidados ambientais.

Diante desses números, a mineração urbana passa a ser um caminho, uma solução que está alinhada aos princípios da economia circular, o que acontece na Bélgica, de fato.

O que faz o país ganhar destaque na mineração é o fato de que possui suas tecnologias e a sua logística reversa eficaz, fazendo com que esses metais retornem à cadeia produtiva sem que seja necessário fazer uso dos seus recursos naturais, incentivando a preservação desses recursos.

É importante acrescentar os esforços para abandonar a mineração de carvão em 2016, sendo que em séculos passados, o país era extremamente rico nesse setor.

Na tentativa de reduzir o aquecimento global, o país se juntou a outras seis nações que interromperam a produção de carvão.

Além de todos os esforços ambientais, principalmente os esforços a respeito dos resíduos, como a mineração urbana de resíduos eletroeletrônicos, levaram a Bélgica ser classificada como um dos 10 principais países (9 de 132) em termos de tendência de proteção ambiental.

Fontes:

Meio Ambiente da Bélgica

Mundo Educação

Environment Go!

cetem.gov.br

Umicore

UFRJ

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