O investimento será de R$ 573 milhões para a construção de uma unidade para produção de aço verde, obtido a partir do processamento de rejeitos de barragem de mineração.
O Estado de MG assinou no dia 06 de maio, um acordo para produção de aço verde com rejeitos de barragem de mineração, com a Boston Metal, empresa americana.
O investimento será de R$ 573 milhões para a construção de uma unidade para produção de aço verde, na região de Coronel Xavier Chaves, no Campo das Vertentes.
Estado de Minas será pioneiro no país
De acordo com o governador de Minas Gerais, esta será a primeira indústria no mundo a utilizar este tipo de tecnologia inovadora, que aproveita os rejeitos das barragens para extrair metais e ligas em geral.
Para isso, a empresa utilizará um processo chamado eletrólise de óxido fundido (MOE), que utiliza eletricidade e dispensa o uso de carvão ou quaisquer combustíveis fósseis.
O investimento poderá levar ao estado resultados revolucionários, já que, no processo produtivo para produzir aço ou ligas a partir do rejeito do minério de ferro, é utilizada energia elétrica, fonte de energia limpa sem a emissão de gases que causam o efeito estufa, de acordo com a Boston.
“Além disso, será uma oportunidade para a empresa atuar por um longo período, retirando do meio ambiente o que se achava que não tinha valor”, disse o governador.
Solução para um passivo ambiental
Para o CEO e chairman da Boston Metal, Tadeu Carneiro, Minas será o primeiro local, no mundo, a receber essa unidade produtiva. Ele afirmou que deverão ser criados mil empregos diretos e indiretos até 2026.
De acordo com o presidente da Boston Metal do Brasil, Itamar Resende, a tecnologia é revolucionária e pode obter metais a partir do tratamento dos rejeitos da mineração.
O processo pode ser usado para tratar qualquer tipo de rejeito e obter metais de alta pureza. Além de reduzir a necessidade de extrair minérios de minas convencionais, o modelo tem baixo impacto ambiental, pois utiliza a eletricidade como fonte de energia, e não carvão ou combustíveis fósseis.
Essa tecnologia dá a possibilidade de as siderurgias fabricarem ‘aços verdes’, com baixa pegada de carbono.
Meio ambiente
O acordo será importante para o desenvolvimento sustentável de Minas Gerais, segundo o governador, proporcionando uma destinação adequada para os rejeitos de minério que se acumulam em barragens e geram preocupação pelo risco de graves acidentes e danos ambientais.
“Será uma metalurgia revolucionária, que vai usar os rejeitos de barragens, que hoje são uma preocupação para nosso estado. E que vai estar produzindo metal usando eletricidade, uma fonte de energia limpa”.
A previsão de inauguração no segundo semestre deste ano. A produção já deve ser iniciada em 2024, em pequena escala, aumentando o volume produzido com o passar dos anos. Espera-se que a planta comece a operar em escala comercial até 2026.
“A planta industrial no Campo das Vertentes vai beneficiar os rejeitos de mineração de tântalo e nióbio, que são elementos com maior valor agregado. Mas o processo pode ser utilizado em resíduos de qualquer mineração. Certamente, este primeiro projeto da Boston Metal servirá de modelo para o mundo e incentivará outras parceiras para uso da tecnologia em outros locais”, complementou Resende.
Fonte: Brasil Mineral