A forma como um país lida com seus resíduos têm um impacto direto na saúde pública, no meio ambiente e na qualidade de vida de seus cidadãos.
A gestão eficiente e sustentável de resíduos sólidos urbanos é um desafio enfrentado por países em todo o mundo.
A forma como uma nação lida com seus resíduos têm um impacto direto na saúde pública, no meio ambiente, bem como na qualidade de vida de seus cidadãos.
Felizmente, existem países que se destacam por suas boas práticas nessa área, estabelecendo-se como referências globais na gestão de resíduos sólidos urbanos.
Neste artigo, exploraremos cinco países que são reconhecidos internacionalmente por suas abordagens inovadoras e eficazes na gestão de resíduos sólidos urbanos.
Esses países têm adotado políticas progressivas, desenvolvido infraestrutura avançada e além disso, implementam programas abrangentes para enfrentar os desafios relacionados aos resíduos urbanos.
Alemanha
A Alemanha é amplamente reconhecida por sua excelente gestão de resíduos.
O país adota uma abordagem abrangente e integrada, com o objetivo de principalmente minimizar a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários, bem como maximizar a reciclagem, a compostagem e a recuperação de energia.
Uma das principais estratégias da Alemanha é a promoção da coleta seletiva eficiente.
Os cidadãos são incentivados a separar seus resíduos em diferentes categorias, como papel, plástico, vidro e resíduos orgânicos. Essa coleta seletiva é amplamente apoiada pela infraestrutura adequada, como contêineres específicos para cada tipo de resíduo.
A taxa de reciclagem na Alemanha é uma das mais altas do mundo. De acordo com dados do Federal Statistical Office (Destatis) da Alemanha, referentes ao ano de 2020, a taxa de reciclagem de resíduos municipais no país foi de aproximadamente 68%. Ou seja, cerca de dois terços dos resíduos municipais foram reciclados.
Esse número indica o compromisso e o sucesso da Alemanha na gestão de resíduos e na promoção da economia circular, buscando reduzir o desperdício e maximizar o uso eficiente dos recursos.
Os resíduos que não podem ser reciclados ou compostados são enviados para usinas de incineração modernas, onde são queimados em altas temperaturas. Esse processo gera calor, que é convertido em energia elétrica e térmica, reduzindo assim a dependência de fontes de energia não renováveis.
Suíça
A Suíça é reconhecida internacionalmente por sua excelente gestão de resíduos sólidos urbanos. O país adota uma abordagem abrangente e inovadora.
Dentro das metas estabelecidas, a gestão de resíduos no país deve minimizar a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários.
A Suíça investe em tecnologias avançadas de reciclagem. O país possui instalações modernas para o processamento de materiais recicláveis, onde os resíduos são transformados em matérias-primas secundárias para a fabricação de novos produtos.
De acordo com dados disponíveis, a Suíça é reconhecida por ter uma das taxas de reciclagem mais altas do mundo. Em 2020, a Suíça alcançou uma taxa de reciclagem de aproximadamente 54% dos resíduos municipais.
Além disso, 80% das embalagens de papel, plástico, vidro e metal são recicladas no país.
Da mesma forma, a Suíça também se destaca na reciclagem de resíduos eletrônicos. Cerca de 90% dos resíduos eletrônicos gerados no país são coletados e devidamente reciclados.
Suécia
A Suécia também é reconhecida mundialmente por sua eficiente gestão de resíduos sólidos urbanos. O país adota abordagens inovadoras e sustentáveis para lidar com seus resíduos, visando minimizar o impacto ambiental e promover a recuperação de recursos.
O país segue uma abordagem baseada na hierarquia de gestão de resíduos, ou seja, prioriza a prevenção, a reutilização, a reciclagem e a recuperação de energia, nessa ordem. A disposição final em aterros sanitários é a última opção.
Além disso, a coleta seletiva é amplamente implementada na Suécia, com diferentes recipientes para diferentes tipos de resíduos, como papel, plástico, metal, vidro e resíduos orgânicos. Os cidadãos são incentivados a separar seus resíduos corretamente.
Materiais como papel, plástico, metal e vidro são reciclados em instalações especializadas. Além disso, a incineração de resíduos é amplamente utilizada para a produção de energia térmica e elétrica.
A educação e a conscientização são fundamentais na gestão de resíduos. A população sueca é informada sobre a importância da separação correta de resíduos bem como orientada a reduzir o desperdício.
Áustria
A Áustria é conhecida por sua eficiente gestão de resíduos sólidos urbanos, adotando abordagens sustentáveis, priorizando principalmente a reciclagem e a recuperação de recursos.
O país possui um sistema bem estabelecido de coleta seletiva, com diferentes recipientes para diferentes tipos de resíduos, como por exemplo papel, plástico, vidro e resíduos orgânicos.
Além disso, a Áustria investiu na construção de instalações de reciclagem modernas e eficientes. Essas instalações permitem que diferentes materiais sejam processados e reciclados de forma adequada, contribuindo dessa forma para altas taxas de reciclagem no país.
Os resíduos orgânicos na Áustria são frequentemente compostados ou submetidos à biodigestão para produção de biogás. O composto resultante é utilizado na agricultura como fertilizante natural, enquanto o biogás é aproveitado como fonte de energia renovável.
Da mesma forma, o país também utiliza a incineração de resíduos com recuperação de energia. Os resíduos que não são recicláveis passam por processos de incineração controlada, gerando energia térmica utilizada para aquecimento urbano e eletricidade.
Assim como em outros países europeus, a Áustria adota o princípio da responsabilidade estendida do produtor. Isso significa que os fabricantes são incentivados a projetar produtos de forma mais sustentável, levando em consideração o ciclo de vida completo do produto, desde a fabricação até o descarte adequado.
Japão
Assim como os outros países citados anteriormente, o Japão é amplamente reconhecido por sua eficiente gestão de resíduos sólidos urbanos.
O país enfrenta desafios significativos devido à sua densidade populacional e à falta de espaço disponível para aterros sanitários.
No entanto, o Japão adotou diversas medidas e práticas para lidar com esses desafios e promover a sustentabilidade na gestão de resíduos.
O Japão possui um sistema de coleta seletiva rigoroso e bem estabelecido. Os resíduos são separados em diferentes categorias, como papel, plástico, metal e vidro, além de resíduos orgânicos.
Cada categoria tem sua própria coleta e destino específicos, facilitando assim a reciclagem e o tratamento adequado dos resíduos.
O país é um dos líderes mundiais em reciclagem.
A reciclagem é amplamente incentivada e apoiada por meio de programas de conscientização, instalações de reciclagem bem equipadas e a participação ativa dos cidadãos.
Devido à escassez de espaço para aterros sanitários, o Japão investiu em tecnologia avançada de incineração.
As instalações de incineração são projetadas para maximizar a eficiência e minimizar os impactos ambientais. Além da geração de energia por meio da incineração, também são adotados sistemas de controle de emissões para minimizar a poluição atmosférica.
O Japão tem uma forte ênfase na redução de resíduos. Iniciativas como a conscientização sobre consumo sustentável, a promoção da reutilização de produtos e a implementação de práticas de redução de embalagens têm sido amplamente adotadas.
O conceito de “mottainai”, que significa evitar o desperdício e valorizar os recursos, é difundido na sociedade japonesa.
Panorama brasileiro
Apesar de não estar entre os países com reconhecimento mundial devido as boas práticas na gestão de resíduos sólidos, o Brasil tem um dos melhores índices de reciclagem de latas de alumínio no mundo.
Algumas questões incluem a falta de infraestrutura adequada, a falta de conscientização da população sobre a importância da separação dos resíduos, a escassez de recursos financeiros para investimentos e a necessidade de fortalecer a fiscalização e aplicação das leis.
Além disso, nos últimos anos tem tido avanços significativos quanto à legislação de resíduos sólidos no país, com destaque para a aprovação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
Fontes: