Os esforços para despoluir o famoso rio francês vão permitir competições durante os Jogos Olímpicos.
O Rio Sena, famoso rio da França, será liberado para natação até 2025.
O anúncio foi feito no dia 09 de julho pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que será um dos legados dos Jogos Olímpicos na capital francesa, que ocorrem em 2024.
Anne afirmou ainda que três locais serão abertos ao público em 2025, incluindo uma região próxima da Torre Eiffel.
100 anos de interdição
Será a primeira vez em mais de 100 anos que parisienses e turistas poderão, sem infringir a lei, dar um mergulho no rio que corta a capital da França.
Nadar no Sena foi oficialmente proibido há exatamente um século, em 1923, devido à má qualidade da água, embora ainda fosse praticado até o início dos anos 1960.
“Este é um sonho acalentado há muito tempo e está a caminho de finalmente se tornar realidade”, anunciou a cidade. Banhar-se com segurança no Sena será possível.”, diz a prefeita.
A liberação vem mais de 30 anos depois que o então prefeito de Paris e mais tarde presidente da França, Jacques Chirac, prometeu deixar o rio limpo o suficiente para que pessoas possam se banhar com segurança.
Em 2016, Hidalgo renovou a promessa, no âmbito da candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos. Algumas das competições de natação ocorrerão no Sena durante a Paris 2024.
As autoridades parisienses já investiram cerca de 1,4 bilhão de euros para que os rios Sena e Marne se tornem banháveis.
Saneamento básico
Os três maiores desafios são desviar a água de esgoto, que ainda vai parar no Sena, melhorar a eficiência das estações de tratamento e acabar com a poluição gerada pelo tráfego fluvial, com a circulação de embarcações de turismo e transporte de pessoas e mercadorias.
A administração da cidade afirmou que análises atuais da qualidade da água certificam níveis “suficientes” ou “excelentes” em clima seco.
As estações de tratamento de esgoto também estão sendo modernizadas ou reconstruídas.
Espera-se que grande parte do trabalho seja concluída até o verão. Isso inclui conectar 23 mil apartamentos e 260 casas flutuantes ao sistema de saneamento. Até então, o esgoto não tratado dessas residências era despejado no Sena.
Captação de água da chuva
A segunda maior obra do projeto é a construção de um imenso reservatório subterrâneo no bairro de Austerlitz, ao leste da capital, para captar água das chuvas quando ocorrem fortes tempestades.
A estrutura tem 50 metros de diâmetro por 30 metros de profundidade, com capacidade máxima de 46 mil metros cúbicos de água.
De acordo com Samuel Colin Canivez, diretor de Saneamento da prefeitura, com essa obra, o sistema vai interceptar as águas excedentes, deixá-las nesse reservatório enquanto a tempestade não passa e depois, encaminhá-las para tratamento, antes de serem despejadas no rio.
“Quando a chuva cai, a água corre e vai parar no mesmo local para onde vai a água usada nos vasos nas moradias. Para evitar que não transborde em plena rua, nós jogamos essa mistura de esgoto e água pluvial no Sena”, complementa.
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