Os impactos da casca do coco verde frente a ODS11

coco verde

Segundo o Sindcoco (sindicato nacional dos produtos de coco) de toda a produção de cocos verdes e cocos secos, apenas 10% de seus resíduos são reaproveitados e o restante é descartado em lixo comum.

A cultura de coqueiros no Brasil possui grande importância devido a demanda crescente do setor de água de coco verde, aumentando assim, o seu nível de comercialização em praias, comércios e empresas.

No Brasil, são produzidos anualmente 1.116.969.000 frutos (coqueiro-gigante) com um rendimento médio de aproximadamente 30% de fibra e 70% de pó no processo industrial.

Estimando-se que 80% da produção brasileira de coco se destinam à indústria de COPRA, tendo como subproduto a casca.

Assim, o Brasil tem um potencial de produção de 804.218 T de casca que, após a industrialização, resultariam em 241.265 T de fibra e 562.953 T de pó.

Reaproveitamento dos resíduos

coco verde
Foto: Reprodução/Pexels

De acordo com o Sindcoco (sindicato nacional dos produtos de coco) de toda a produção de cocos verdes e cocos secos, apenas 10% de seus resíduos são reaproveitados e o restante é descartado em lixo comum.

Importante ressaltar que não existe iniciativa de coleta seletiva para esse material e nenhuma legislação que obrigue o usuário a descartar corretamente.

Assim, a falta de uma coleta seletiva eficiente contribui para o aumento do descarte inadequado que poderia ser destinado para diversas finalidades.

Dessa forma, percebemos a importância da coleta seletiva e como ela é fundamental quando se almeja uma sociedade mais sustentável e consciente. Adicionalmente, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) mais de 45% da composição gravimetria dos resíduos sólidos urbanos no Brasil é composto por material orgânico. Dentre esses materiais, o coco.

A composição do coco é variada. A água corresponde de 20 a 25% do peso de um coco médio, cerca de 330 ml. Já a polpa, possui de 350 a 400 g na composição do fruto.

Enquanto a casca do coco possui em média 900 g por unidade. Devido a produção e consumo da água de coco ter aumentado, ocorreu uma média de 6,7 milhões de toneladas de casca geradas por ano, uma vez que cerca de 80% a 85% do peso bruto do coco verde não possui redirecionamento e é descartado incorretamente no lixo comum.

Impactos do descarte incorreto

resíduo de coco
Foto: Reprodução/Pexels

Contudo, dentre os diversos impactos causados pelo descarte inadequado, podemos destacar os alagamentos e enchentes, pois causam entupimento das redes de drenagem urbanas, prejudicando o escoamento.

Além disso, o coco pode acumular bastante água, servindo de berçário para a proliferação de larvas de mosquito como Zika vírus, dengue e entre outros.

Apesar desse número, há empresas que estão engajadas fortemente em pesquisas que buscam alguma forma de utilizar desse material para a fabricação de subprodutos, como por exemplo a Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária) que utiliza o prensado das fibras do coco como material para a contenção do deslizamento de encostas, a qual substituiria a madeira.

Falando em reutilização/reciclagem, a casca pode ser submetida a um processo de trituração, no qual poderá se tornar um pó – utilizado na formulação de substratos agrícolas, composto orgânico bem como fibra utilizada como matéria-prima para artesanato, dentre outras finalidades.

Coleta seletiva

coco
Foto: Reprodução/Pexels

A falta de uma coleta seletiva eficiente contribui para o aumento do descarte inadequado desse material que poderia ser destinado para diversas finalidades.

Dessa forma, percebemos a importância da coleta seletiva e o quão ela é fundamental quando se almeja uma sociedade mais sustentável e consciente.

Em função de vários problemas, a vida urbana figura entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030, especificamente, no ODS 11.

A Organização das Nações Unidas (ONU) salienta que é preciso principalmente reduzir globalmente os impactos ambientais negativos sobre os moradores das cidades, inclusive com atenção especial ao gerenciamento de resíduos. Sabemos que estamos longe de boas práticas de gestão de resíduos.

Esse gerenciamento nos grandes centros urbanos depende também de cada um de nós. Por isso, mesmo que ainda não haja coleta seletiva para encaminhamento deste material, podemos enquanto consumidores, criar um consenso coletivo sobre essa importância e cobrar do poder público e das empresas o objetivo de termos cidades e comunidades sustentáveis.

Vamos ajudar o ambiente? Que possamos contribuir para uma cidade mais limpa, inclusiva, sustentável e justa. Que comece com cada um de nós.

Seguimos forte na reflexão de que não existe o termo “jogar fora”. Na verdade, tira-se de um sistema e coloca-se em outro. Esse outro sistema depende de cada um de nós.

Por:

Flávio Silva de Souza e Sérgio Thode Filho – Professores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro IFRJ-CDUC

Letícia de Souza Ribeiro, Maria Eduarda da S. Carneiro, Raynara Kelly da Silva dos Santos – Alunas do curso Técnico em Petróleo e Gás. Thiago Carneiro de Sousa – Aluno do curso Técnico em Plástico. Todos alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro IFRJ-CDUC

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