Ganhos de eficiência energética já comprovados em edifícios inteligentes por meio da automação predial, têm papel importante na sustentabilidade.
Um dos temas mais discutidos atualmente é o uso da Inteligência Artificial, mais especificamente o Chat GPT, e seus impactos positivos e negativos no âmbito social ou empresarial.
Mas a IA vai além das telas de computadores e celulares, como, por exemplo, ao potencializar recursos oferecidos pela Internet das Coisas (IoT), que conecta equipamentos entre si e com o usuário, por meio de software ou sensores.
Tecnologias que permitem automatizar o funcionamento e acionamento de equipamentos, antes restritas ao ambiente empresarial, começam a crescer cada vez mais nas residências.
Para os moradores, dispositivos domésticos que automatizam o funcionamento de uma lâmpada ou ar-condicionado representam, em geral, investir em conforto e segurança.
Entretanto, casas inteligentes devem também ter um importante papel do ponto de vista da sustentabilidade, com ganhos de eficiência energética já comprovados em edifícios inteligentes, por meio da automação predial.
Redução de Consumo
A automação de um edifício pode reduzir drasticamente o consumo de energia dependendo das tecnologias adotadas.
Os recursos disponíveis hoje incluem, por exemplo, aplicações mais simples como sensores que identificam a presença de uma pessoa em salas de reunião, em corredores e áreas de trabalho de um escritório e acionam a iluminação e o ar-condicionado.
O modelo também pode ser expandido para persianas e janelas que são abertas ou fechadas de acordo com a condições meteorológicas, controlando intensidade da luz.
Com esses tipos de recursos, uma mesma torre comercial pode reduzir em 50% ou mais o consumo com a mesma performance.
As soluções, entretanto, que estão se tonando críticas para aumentar a eficiência das redes de energia por meio de análises de informações fundamentais para reduzir os custos são os medidores inteligentes.
Esses dispositivos eletrônicos registram informações – como por exemplo, consumo de energia elétrica, níveis de tensão, corrente e fator de potência – que podem ser enviadas ao consumidor e aos fornecedores de energia. Assim, permitem monitorar remotamente o sistema elétrico de edificações.
Eficiência energética
Da mesma forma, o uso da Inteligência Artificial para a gestão de infraestruturas elétricas também está potencializando a eficiência energética.
Baseados em cloud e IA, plataformas permitem o monitoramento do consumo de eletricidade, ajudando edifícios comerciais e industriais a analisar dados das instalações para identificar oportunidades viáveis para melhorar a produtividade e reduzir os custos de energia.
Há aplicações que usam métodos de rede neural para identificar e aprender padrões no consumo de energia de um edifício ou circuito.
Com base em previsões meteorológicas e dados históricos, é possível prever o consumo de energia para as próximas 24 horas, atualizando a previsão a cada 15 minutos com maior precisão.
Isso facilita a tomada de ações corretivas necessárias para minimizar o custo da demanda de pico para edifícios comerciais ou industriais.
Essas são parte das inovações aplicadas a casas e edifícios corporativos que estão ajudando a construir a base para o desenvolvimento das cidades e comunidades inteligentes.
Desenvolvimento Sustentável
No contexto da crise climática, a reestruturação dos centros urbanos é essencial para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização Nações Unidas (ONU).
Alguns deles estão diretamente relacionados ao conceito de cidades inteligentes, como o 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, que visa principalmente tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Com o crescimento da população em locais com grande concentração de pessoas, as cidades inteligentes contribuirão para evitarmos que o mundo entre em colapso em futuro próximo.
As últimas projeções das Nações Unidas indicam que a população mundial deve chegar em 8,5 bilhões em 2030 e 9,7 bilhões em 2050. Atualmente, o planeta tem 8 bilhões de pessoas.
De acordo com a ONU, 56% da população mundial já se concentra nas áreas urbanas e a expectativa é que esse índice suba para 68% em 2050.
Mobilidade Urbana
Diante desse cenário, a busca por soluções para mobilidade urbana também é um dos fatores mais relevantes quando se fala de sustentabilidade.
Além de construções energicamente eficiente, a transição de veículos a combustão para veículos elétricos, principalmente no transporte público, desempenha um papel fundamental para descarbonização das fontes de energia e redução das emissões de gases, somada ao desenvolvimento de uma infraestrutura que estimulem o uso de meios alternativos como bicicletas.
Uma das metas relacionadas ao ODS 11 é aumentar, até 2030, a urbanização inclusiva e sustentável, e além disso, as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países.
E inclui ainda proporcionar no mesmo prazo o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis, bem como com valores acessíveis para todos.
As casas e edifícios inteligentes são um bom exemplo de como já é possível fazer uso da tecnologia para viver de maneira energeticamente mais eficiente.
Aliados a soluções de mobilidade inteligente, com transportes urbanos e veículos elétricos que não poluem, eles estão contribuindo – e devem contribuir cada vez mais, à medida que a adoção de tecnologias ganha escala – para a construção de um futuro sustentável.
Por: Gustavo Vazzoler – Diretor de Produtos e Soluções de Smart Buildings da ABB Brasil
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