Uma Joint Venture é uma associação em que duas entidades se juntam para tirar proveito de alguma atividade, por um tempo limitado, sem que cada uma delas perca a identidade própria.
A Compass e a Orizon anunciaram a criação de uma Joint Venture (JV) para investir numa planta de produção de biometano, um combustível renovável produzido a partir do lixo e que pode substituir ou ser mesclado com o gás natural.
Uma Joint Venture é uma associação em que duas entidades se juntam para tirar proveito de alguma atividade, por um tempo limitado, sem que cada uma delas perca a identidade própria.
Investimento em biometano

A Compass, a empresa de gás do Grupo Cosan está investindo até R$ 355 milhões na JV em duas etapas e ficando com 51% do negócio.
Na primeira, a Compass fará uma injeção de R$ 100 milhões na JV, que serão usados para construir a fábrica.
A JV também vai levantar R$ 300-R$ 350 milhões em dívida para completar o investimento.
Ao mesmo tempo, a Compass pagará R$ 135 milhões à Orizon, para chegar à participação de 51%. E
m até cinco anos, a Compass poderá fazer um investimento adicional de até R$ 120 milhões, a depender do ramp up da produção.
O biometano é um combustível renovável produzido a partir do processo de purificação do biogás, que, por sua vez, é produzido a partir do lixo.
Produção do biocombustível

A fábrica de biometano será construída no Ecoparque do aterro de Paulínia, hoje o maior da Orizon e um dos maiores do País.
A expectativa é que a planta fique pronta e comece a operar no início de 2025.
De acordo com Nelson Gomes, o CEO da Compass, em entrevista ao Brazil Journal, disse que a planta deve produzir 180 mil metros cúbicos de biometano por dia assim que ligar as máquinas.
Entretanto, o volume deve subir para 300 mil metros cúbicos/dia depois de alguns anos de operação.
Esse crescimento virá do aumento da produção de biogás no aterro, com a instalação de mais sistemas de extração.
Se de fato atingir esse patamar de produção, a Compass fará o investimento adicional de R$ 120 milhões.
A Orizon vai contribuir com a Joint Venture com o compromisso de fornecer biogás para a fábrica pelo prazo de 20 anos a um preço pré-determinado.
A JV também já se comprometeu a vender 100% do biometano produzido para a comercializadora da Compass, também a um preço já fixado.
Conforme os termos do contrato, a comercializadora dividirá com a JV todo spread adicional que ela capturar na venda.
Mercado iniciante

A Compass e a Orizon estão investindo num mercado ainda incipiente no Brasil mas que já é maduro em países da Europa e nos Estados Unidos.
Recentemente, grandes players do petróleo fizeram investimentos bilionários para se posicionar nesse nicho. Em outubro passado, por exemplo, a BP fez um cheque de US$ 4,2 bilhões pela Archaea Energy, uma empresa americana de energia renovável que produz biometano.
De acordo com Nelson, hoje existe uma demanda maior por biometano no Brasil do que a oferta, o que tende a beneficiar o preço.
“Quem quiser comprar biometano hoje vai ter que pagar um preço maior,” disse ele. Para Milton Pilão, o CEO da Orizon, mesmo assim o biometano faz sentido para muitas empresas porque elas fazem a conta de quanto terão que investir para atingir suas metas de descarbonização em comparação ao custo adicional de usar o biometano, “e muitas vezes a segunda opção sai mais barato.”
A JV deve ser a primeira de um investimento maior da Compass em biometano. O CEO da companhia disse que não está entrando nesse mercado para fazer uma planta só.
“Se este primeiro investimento for bem sucedido, nossa ideia é crescer mais,” comenta.
Para a Orizon, a JV com a Compass é a primeira sociedade dentro de sua vertical de biometano. A companhia tem 15 aterros em operação e pretende começar a construção de 10 plantas de biometano até o final do ano que vem.
Além da JV com a Compass, a Orizon já anunciou que vai construir uma fábrica de biometano em seu Ecoparque de Recife, com capital próprio.
Fonte: Brazil Journal