O açúcar foi sintetizado em laboratório a partir do dióxido de carbono e está sendo considerado um marco científico.
Especialistas do Instituto de Biotecnologia Industrial da Academia Chinesa de Ciências, sediado em Tianjin, com colaboração de cientistas do Instituto de Física Química de Dalian, sintetizaram açúcar puro a partir de dióxido de carbono (CO2).
O açúcar é universalmente reconhecido como uma fonte primária de energia para o organismo humano e é um componente essencial na produção industrial de fermentados.
Avanço Significativo
O açúcar foi sintetizado em laboratório a partir do dióxido de carbono e está sendo considerado um marco científico.
De acordo com os pesquisadores, o feito representa um avanço fundamental no campo da síntese artificial de açúcar e promete transformar as perspectivas da produção desse componente.
Os resultados da pesquisa foram publicados no Chinese Science Bulletin, um periódico acadêmico de destaque que engloba múltiplas disciplinas científicas, em 16 de agosto.
Tradicionalmente obtido a partir da extração de culturas como a cana-de-açúcar, o método convencional de obtenção enfrenta restrições inerentes à eficiência da conversão de energia no processo de fotossíntese vegetal.
Além disso, a extração de açúcar se depara com desafios decorrentes da incerteza no fornecimento de matéria-prima, ocasionada como por exemplo com a degradação do solo, escassez de recursos bem como as condições climáticas extremas.
Avanços científicos
Os cientistas chineses empreenderam uma pesquisa pioneira, mediante o ajuste da concentração de dióxido de carbono bem como outras matérias-primas em soluções reativas, seguindo proporções meticulosas.
Com o auxílio de catalisadores químicos e enzimáticos, conseguiram produzir quatro variantes distintas de açúcares: glicose, alulose, tagatose e manose.
Os resultados experimentais atestaram um período de reação aproximado de 17 horas, substancialmente inferior aos métodos convencionais de extração de açúcar.
A eficiência da síntese alcançou a marca de 0,67 gramas por litro por hora, e dessa forma, supera em mais de 10 vezes os resultados reportados por pesquisadores em estudos pregressos ao redor do globo.
De acordo com Yang Jiangang, pesquisador que liderou o estudo, a taxa de conversão de dióxido de carbono em açúcar, notadamente no que tange à glicose, atingiu um nível de destaque, chegando a 59,8 nanomoles de carbono por miligrama de catalisador por minuto.
Essa realização não somente constitui um marco significativo na produção de açúcar artificial, mas também evidencia a capacidade de realizar um controle preciso sobre a síntese de açúcar artificial, abrindo portas para a produção de praticamente qualquer variante de açúcar mediante a modulação dos efeitos catalíticos de diferentes enzimas.
Feito notável no meio científico
Manfred Reetz, membro da Academia Nacional de Ciências Leopoldina da Alemanha, enalteceu a pesquisa chinesa, destacando que a conversão de dióxido de carbono em açúcares representa uma tarefa especialmente desafiadora.
A conquista realizada pelos cientistas chineses, de acordo com Reetz, estabelece uma rota flexível, multifuncional e eficaz para a síntese de açúcar, representando um salto notável rumo à química sustentável.
A conversão bem-sucedida do dióxido de carbono em açúcar emerge como um exemplar notável da química verde, uma vez que se efetivou em condições de temperatura e pressão normais, sem gerar substâncias prejudiciais.
Com esse êxito, surge uma nova perspectiva de avanços substanciais no âmbito da síntese sustentável de substâncias de vital importância para a humanidade.
Fonte: CAS.CN China2Brasil