O etanol produzido em Piracicaba recebeu certificação do Corsia, acordo da aviação civil internacional do qual o Brasil é signatário.
A Raízen é a primeira produtora de etanol do mundo a receber a certificação internacional para produzir combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), de acordo com comunicado enviando a Imprensa.
A empresa ganhou o aval para a produção no Parque de Bioenergia Costa Pinto em Piracicaba, no interior de SP, cujo etanol cumpre os critérios internacionais do Corsia, um acordo da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), do qual o Brasil é signatário.
A certificação foi do tipo ISCC CORSIA Plus (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation).
Menos emissões
O SAF é um combustível sustentável que permite a substituição direta do querosene de aviação, sem mudanças estruturais nas aeronaves.
Produzido a partir de matéria-prima renovável, o SAF é capaz de reduzir cerca de 80% o volume total de emissões de gases de efeito estufa em comparação ao combustível fóssil de aviação.
Atualmente, a única rota de SAF comercial é a HEFA, que utiliza óleos e gorduras vegetais. Mas a expectativa é que a rota Alcohol to Jet (ATJ) – processo que converte etanol em SAF – comece a ganhar escala nos próximos anos.
Desafios do mercado
O desafio do combustível, é o valor, cerca de duas a cinco vezes maior que a alternativa fóssil.
Tradicionalmente, as companhias aéreas já lidam com margens apertadas e têm no combustível 40% de seus gastos operacionais.
Entre os players do mercado, existe uma expectativa de que o Brasil se destaque no cenário mundial de SAF, dada sua vasta expertise na produção de combustíveis sustentáveis.
O etanol de segunda geração da Raízen, produzido a partir dos resíduos da cana, é a único certificado até o momento, mas a brasileira Be8 (ex-BSBios) lidera o projeto Omega Green para a produção no Paraguai e a GranBio já recebeu US$ 80 milhões do Departamento de Energia (DoE) americano para demonstrar sua tecnologia.
Fonte: EPB