A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa de monitoramento e medição de impactos, contribuindo assim para a sustentabilidade.
Desde que o ser humano começou a tomar conhecimento ou consciência do seu papel no mundo, passou a criar mecanismos que possam ajudar a solucionar inúmeros problemas, principalmente aqueles problemas que ele próprio causou.
Quando as mudanças climáticas e o aquecimento global começaram a se agravar pelo planeta, muitas coisas já haviam mudado e mesmo com o aviso de uma possível piora no estado de saúde do planeta, o ser humano foi postergando até se dar conta de que era urgente estudar melhores tecnologias para combater as mudanças climáticas e o aquecimento global.
Foi diante dos avanços tecnológicos que surgiu a inteligência artificial, um ramo da computação nunca visto antes ou talvez um dos maiores avanços que o mundo nunca imaginou que presenciaria em toda a sua existência.
No entanto, muitas mudanças ocorreram até chegarmos a presenciar máquinas que extrapolam os limites e realizam até mesmo tarefas que antes só o ser humano poderia realizar.
Breve histórico
O termo foi empregado pela primeira vez por Alan Turing (1912 – 1954), considerado o pai da computação, em seu artigo “Computadores e inteligência”, de 1950.
Alan propõe um teste para avaliar se as máquinas possuem a capacidade de emular o pensamento humano e de se fazerem passar por uma pessoa ao ponto de confundir quem as questiona, o que ficou conhecido como “jogo da imitação”.
Mas foi em 1965 que foi lançado pelos pesquisadores da Universidade de Standford, na Califórnia, aquele que é considerado o sistema pioneiro em inteligência artificial, chamado Dendral.
Mas será que ela é capaz de contribuir para atingir as metas de sustentabilidade?
Venha com o Portal Sustentabilidade e descubra se Inteligência Artificial (IA) pode ajudar ou não as empresas a atingirem suas metas de sustentabilidade.
Mas o que é a Inteligência Artificial (IA)?
É um ramo da ciência da computação que se concentra no desenvolvimento de sistemas e algoritmos capazes de realizar tarefas que normalmente exigem inteligência humana, incluindo tarefas de aprendizado, raciocínio, percepção, compreensão e geração de linguagem natural, reconhecimento de voz e imagem, tomada de decisão e resolução de problemas complexos.
Embora suas origens remontem à década de 1950, nas últimas décadas, houve um acelerado desenvolvimento com avanços significativos em hardware, software e técnicas de aprendizado.
Inclusive, o volume de dados disponíveis também aumentou, o que possibilitou “ensinar” essas inteligências artificiais de forma mais efetiva.
Diversas situações têm visto a aplicação da inteligência artificial, transformando a maneira como vivemos e trabalhamos.
Qual o objetivo da Inteligência Artificial (IA)?
A área de inteligência artificial e Machine Learning foi criada visando desenvolver sistemas que possam executar tarefas complexas de forma eficiente e autônoma.
Ela se concentra no desenvolvimento de algoritmos e técnicas que permitem que as máquinas aprendam a partir de dados e melhorem o seu desempenho ao longo do tempo.
Após o treinamento, esses algoritmos podem facilitar ou até mesmo realizar nossas tarefas, melhorando a eficiência e a qualidade de nossas vidas.
Isso pode ser feito através da automação de tarefas, análise de dados e resolução de problemas complexos, trazendo avanços significativos em diversos setores e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade na totalidade.
A Inteligência Artificial e as metas de sustentabilidade
Essa questão foi uma pauta levantada em um evento sobre tecnologia e inovação, que ocorreu no dia 5 de julho de 2023, em Toronto, no Canadá, o Collision.
Segundo Felipe Matos, vice-presidente da Associação Brasileira de Startups e um dos speakers do evento, tudo vai depender de como a empresa aplica a Inteligência Artificial em suas operações.
Felipe aponta que, dependendo de como a tecnologia for usada, ela pode ajudar ou dificultar a conquista de metas de descarbonização e quando a empresa tem objetivos claros de sustentabilidade, a inteligência artificial pode acelerá-los, aumentando a automatização e a eficiência de processos relacionados.
Também esteve no mesmo evento, Telmo Costa, fundador e CEO da consultoria de tecnologia Meta, que acredita que a inteligência artificial pode ajudar muito no momento de identificar todos os integrantes da cadeia produtiva e monitorar suas práticas.
Telmo finaliza, dizendo que ao mapear as emissões desses players, a empresa vai reduzir o tempo necessário para atingir o carbono zero.
Acendendo o debate, como contraponto, Ryan Morris, CEO da Turntide Technologies, que fornece equipamentos com eficiência energética para edifícios inteligentes, focou nas emissões geradas pelo uso da tecnologia.
Ryan entende que supercomputadores usados para executar programas de inteligência artificial de ponta, costumam ser alimentados por redes públicas de eletricidade e suportados por geradores a diesel de reserva.
Além disso, Ryan acrescenta que o uso de inteligência artificial generativa em todos os setores produz emissões de dióxido de carbono em um nível comparável ao da indústria da aviação.
IA e energia limpa
Mas foi no dia 22 de agosto de 2023 que o professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, cedeu uma entrevista a Rádio USP, destacando o trabalho do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos (NCAR), que desenvolveu uma inteligência artificial capaz de avaliar e prever a capacidade de geração de energia em parques eólicos do estado do Colorado.
Utilizando dados históricos de imagens meteorológicas provenientes de estações e satélites, essa inteligência artificial consegue prever a geração de energia eólica com até 36 horas de antecedência, permitindo que as operadoras de energia elétrica um aprimoramento na gestão de seus contratos de compra e venda de energia, otimizando a infraestrutura de backup e reduzindo custos operacionais.
Outra tecnologia mencionada por Caneppele, tem melhorado a eficiência e a confiabilidade de grandes corporações, a Digital Twin ou “Gêmeo Digital”, em português.
É uma abordagem que combina com a inteligência artificial, realidade aumentada, big data e computação avançada para criar uma réplica virtual de uma planta fabril real.
Essa planta virtual é alimentada em tempo real com informações extraídas da planta física, permitindo monitoramento, detecção antecipada de falhas e aprimoramento dos processos industriais.
Como que a Inteligência Artificial pode ajudar na sustentabilidade?
É necessário implementar a sustentabilidade de forma a manter os recursos naturais e a qualidade de vida das populações por meio de práticas que não prejudiquem o meio ambiente.
Através de milhares de dados compilados quase instantaneamente, a inteligência artificial pode gerar informações que auxiliem na preservação do planeta, pode auxiliar muitos processos que contribuem na proteção do meio ambiente, pode ajudar a reduzir os desperdícios de recursos por meio da otimização de processos, da previsão de demandas e do monitoramento de recursos, como também pode, por exemplo, ajudar a prever e indicar a melhor tomada de decisão, como na redução do desperdício de matéria prima.
Como diz aquelas propagandas que vendem vários produtos: “…E não é só isso!…”
A inteligência artificial ajuda a mensurar e propor medidas para diminuição da poluição, ajudando diretamente a população de regiões afetadas.
Ferramenta poderosa promissora
Diante das palavras dos especialistas, podemos perceber que a inteligência artificial ajuda a monitorar e medir o impacto ambiental, identificar padrões e tendências, além de auxiliar na tomada de decisões para a melhoria da sustentabilidade.
Medir a qualidade do ar em cidades, com o desenvolvimento de sensores com menor custo, para medir poluentes, além de identificar suas fontes, é uma das maneiras que a inteligência artificial pode trabalhar em favor da humanidade.
Trata-se de uma ferramenta poderosa para melhorar a sustentabilidade, capaz de auxiliar no monitoramento e na medição do impacto ambiental sobre o planeta, aumentando a eficiência de processos, auxiliando na tomada de decisões e, definitivamente, contribuindo para a criação de um futuro mais sustentável.
Fontes: