O dia em que o mundo alcançou a temperatura média global de 17,01ºC, tornando-se o mais quente da história.
Quando o mundo adormeceu na noite do dia 2 de julho, ninguém na Terra esperava que o dia seguinte entraria para a história, alcançando a maior temperatura climática, muito maior do que do dia 14 de agosto de 2016, em que a temperatura média global chegou a 16,92ºC.
De acordo com os dados divulgados pelo Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, o dia 3 de julho de 2023 alcançou a temperatura média global de 17,01ºC, tornando-se o dia mais quente da história.
As semanas que antecederam o dia, chegaram a apresentar uma intensa onda de calor, em que partes da China, por exemplo, registraram temperaturas acima de 35ºC e várias regiões do continente africano apresentaram indicies próximos de 50ºC.
Segundo os pesquisadores americanos, essa temperatura é a mais alta desde que o monitoramento por satélite começou, em 1979, e possivelmente desde que há registros por instrumento mais antigos, desde o final do século XIX.
Mas o que aconteceu com o planeta?
Por quais motivos chegamos a uma temperatura global tão alta?
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Mudanças Climáticas e o El Niño
Cientistas afirmam que as principais causas do calor extremo foram as mudanças climáticas e os efeitos do fenômeno El Niño, que já se estabeleceu e impacta o padrão do clima global.
Essas mudanças climáticas são causadas pela queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas, combinada com a chegada do fenômeno El Niño, que consiste em um fenômeno meteorológico que eleva as temperaturas, podendo inclusive se tornar um Super El Niño.
O El Niño é um fenômeno climático natural descrito como o aquecimento anormal das águas do oceano pacífico na sua porção Equatorial.
Ocorre de tempos e tempos, iniciando-se por volta do mês de dezembro, e causa transformações na circulação atmosférica, interferindo no regime pluviométrico e nas temperaturas em várias regiões do planeta.
Embora a onda de calor seja atribuída ao El Niño, a marca é um sinal alarmante das mudanças climáticas em andamento e das consequências devastadoras que as acompanham.
Os cientistas do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos acreditam que a combinação do evento climático natural El Niño e as contínuas emissões de dióxido de carbono pela humanidade estão aumentando o calor.
O cientista climático Friederike Otto, do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College London, no Reino Unido, declarou que a temperatura global de 17,01ºC é uma sentença de morte para as pessoas e para os ecossistemas.
Adoção de práticas sustentáveis e mitigação dos impactos
De acordo com os relatórios recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (IPCC), as temperaturas do planeta Terra nunca foram tão altas como agora há pelo menos 125 mil anos.
Especialistas e cientistas alertam que eventos climáticos como o que aconteceu no dia 3 de julho, podem se tornar cada vez mais frequentes se não forem tomadas medidas urgentes para mitigar os impactos das atividades humanas no clima global.
A transição para fontes de energia limpa, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a adoção de práticas sustentáveis são medidas necessárias para evitar o agravamento de cenários de aumento da temperatura global.
Além dessas medidas, é preciso conscientizar não somente a população, mas é preciso que as organizações mantenham os combustíveis fósseis no solo, reduzir as emissões de metano, abandonar a gasolina e o diesel, além de promover a sustentabilidade para que eventos como esse não voltem a ocorrer, pois se trata diretamente do planeta que vivemos.
É fundamental que governos, organizações e indivíduos se unam para enfrentar esse desafio global, buscando soluções que possam garantir um futuro sustentável para o planeta e para as gerações futuras.
Fontes: