Pesquisas apontam que, assim que são ingeridos, os microplásticos são capazes de viajar pelo corpo e possivelmente ficarem alojados em outros órgãos.
Os plásticos e os produtos descartados são um dos maiores desafios da humanidade, principalmente quando se trata da educação alimentar das crianças.
A maioria dos plásticos produzidos globalmente é usado para embalagens de alimentos e bebidas e durante o seu uso, o plástico se desgasta e se quebra em pequenos fragmentos chamados microplásticos.
Se para os adultos tem sido um desafio constante, imagina para as crianças que, infelizmente, estão ingerindo esses microplásticos muitas vezes naquele plástico que embrulha o lanche da escola ou até mesmo na garrafa de água que se compra na praia para que possamos hidratar nossas crianças.
Mas como podemos afastar nossas crianças dos microplásticos?
Venha com o Portal Sustentabilidade e veja 7 maneiras de reduzir a contaminação dos seus filhos por microplásticos.
Use garrafas de águas de vidro ou aço inoxidável
O aconselhável é substituir por garrafas de água de uso único ou contendo BPA por vidro ou aço inoxidável para reduzir a exposição a microplásticos.
Ideal levar a água de sua casa, água do filtro ou até água de jarra de barro e colocar em uma garrafa de vidro ou de aço inoxidável para os lugares em que tiver com os seus filhos.
Caso eles tenham que se hidratar durante o passeio ou até mesmo na praia, eles poderão se hidratar de forma saudável.
Limite os alimentos altamente processados
Pesquisas associam o consumo de alimentos altamente processados a hamburgueres, refeições de conveniências prontos para consumo, batatas fritas, sorvetes, refrigerantes e alimentos enlatados com níveis mais altos de microplásticos no corpo, isso atinge direto as crianças.
O ideal é escolher com mais frequência alimentos integrais, comprar produtos a granel também evita a contaminação dos alimentos por resíduos que o plástico libera e há a garantia de que seus filhos estão consumindo produtos frescos, além de estar contribuindo para evitar o desperdício.
Evitar roupas e tecidos sintéticos
Roupas e tecidos sintéticos, até aqueles agasalhos felpudos que liberam um monte de partículas pequenas de plásticos no ar e são inaladas pelas crianças.
O ideal é escolher roupas ou tecidos feitos de 100% algodão, a fibra vegetal mais usada no mundo todo.
O aconselhável é usar o algodão orgânico, pois outras fontes usam bastante agrotóxico.
Há alternativas sustentáveis, como por exemplo, tecidos feitos de bambu, linho, cânhamo e seda.
Escolha embalagens ecológicas
Infelizmente, ainda é um costume embrulhar o lanche da criança em plásticos filme, zip lock e esses tipos de embalagens liberam os microplásticos, contaminando o lanche e, consequentemente, a criança ingere o lanche já tomado pelas pequenas partículas de plásticos.
Escolha lancheiras, tigelas, utensílios e potes de armazenamento feitos de bambu, aço inoxidável ou até mesmo tigelas e recipientes de armazenamento de casca de arroz.
Evite canudinhos de plástico
Os canudinhos ainda são um dos maiores obstáculos da infância, porque além de serem descartados de maneira errada, muitas vezes poluindo praias e mangues, os microplásticos são ingeridos justamente por conta da sua matéria-prima, o plástico.
Hoje em dia, há canudinhos feitos de metal, vidro, bambu, aço acrílico e muitos desses canudinhos vem com escovinhas para que possam ser limpos por dentro, evitando o acúmulo de resíduos.
Reduza ou evite o consumo de animais marinhos
Animais marinhos são as principais vitimas deste tipo de poluição, haja vista a quantidade de plásticos que são lançados nos oceanos.
Calcula-se que entre 2% e 5% de todo o plástico produzido por ano se encontra nos mares, por conta do descarte e esse material acaba se deteriorando em partículas cada vez menores.
Assim, são consumidos por animais marinhos, entrando na cadeia alimentar, um caminho que, em última instância, traz o plástico para o organismo humano.
Diversas pesquisas já detectaram quantidades significativas do material em lagostas, atum e camarão.
Evite comprar brinquedos de plásticos
Este item talvez seja o mais importante, pois envolve a fase em que a criança possui a mania de colocar tudo o que vê na boca.
Essa fase é a que gera mais preocupação para os pais, pois a criança pode vir a colocar o brinquedo na boca e, consequentemente, ingerir microplásticos.
O ideal é não comprar brinquedo de plástico ou qualquer objeto que venha a ser feito de plástico, evitando sempre que a criança coloque qualquer objeto na boca.
Diminua a disseminação dos microplásticos no meio ambiente
Ingerir microplásticos contaminados não é muito difícil, haja vista que essas partículas estão presentes no meio ambiente desde a Segunda Guerra Mundial.
Pesquisas apontam que até a água potável é uma fonte significativa de microplásticos na dieta humana e sua presença também já foi confirmada na corrente sanguínea, de acordo com uma pesquisa realizada em Amsterdã.
Divulgado pela revista Environment International, a pesquisa apontou que esse material é capaz de viajar pelo corpo e possivelmente ficar alojado em alguns órgãos.
Foram analisadas amostras de sangue de 22 pacientes adultos que haviam se candidatado a serem doadores de sangue e, ao todo, foram encontrados microplásticos em 17 dos voluntários.
Embora não existam provas concretas, alguns especialistas acreditam que o microplástico inalado através do ar pode se alojar dentro dos pulmões, ou seja, o seu efeito no sangue é preocupante.
Portanto, a padronização de métodos para analisar microplásticos faz-se urgentemente necessária,
Desafios
Ainda há muitos desafios para detectar e identificar os microplásticos no meio ambiente, já que não existe uma metodologia padrão para esses processos e diante disso, pesquisadores de diversas áreas estão empenhados em desenvolver e estabelecer a melhor tecnologia para realizar procedimentos em amostras ambientais.
Enquanto isso, a melhor maneira de combatê-los é adotar ações para diminuir a disseminação de plásticos no meio ambiente, reduzindo o consumo e afastando as novas gerações dos perigos que os microplásticos causam.
Fontes: