A parceria visa impulsionar o desenvolvimento de projetos voltados para as energias renováveis no oceano, abordando tanto a geração eólica quanto a descarbonização das operações de petróleo e gás no pré-sal.
A Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) uniram forças em um ambicioso acordo de pesquisa.
Com um financiamento de 16 milhões de reais, a parceria visa impulsionar o desenvolvimento de projetos voltados para as energias renováveis no oceano, abordando tanto a geração eólica quanto a descarbonização das operações de petróleo e gás no pré-sal.
Projeto Offshore
Os dois projetos, que serão conduzidos ao longo de três anos, objetivam a inovação e colaboração multidisciplinar.
O primeiro projeto concentra-se na pesquisa de turbinas eólicas flutuantes, explorando profundidades que variam entre 60 e 150 metros.
Através da competência do Grupo de Energias Renováveis no Oceano (GERO), vinculado ao Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe, o objetivo é alcançar sistemas eólicos flutuantes que sejam tanto eficientes em termos de desempenho quanto economicamente viáveis.
Já o segundo projeto é uma resposta direta à necessidade de descarbonização das atividades de óleo e gás, especialmente na região do pré-sal, onde as operações ocorrem em profundidades que variam de 500 a 2.500 metros.
Para enfrentar esse desafio, a abordagem adotada é a criação de um parque híbrido que combina fontes eólica, de ondas e solar flutuante.
Essa abordagem é inovadora e altamente complexa, exigindo uma análise acurada da interação entre as diferentes fontes de energia, assim como uma avaliação minuciosa das linhas de ancoragem em águas ultraprofundas.
Cooperação e pesquisa
Milad Shadman, pesquisador do GERO e do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO), ressaltou que a localização estratégica das turbinas em áreas de águas intermediárias, onde os ventos são mais intensos, é crucial para maximizar a eficiência desses sistemas.
Ele também sublinhou a importância de enfrentar o desafio técnico de desenvolver linhas de ancoragem resistentes e eficientes, considerando as profundidades extremas em que essas estruturas serão instaladas.
O componente interdisciplinar desses projetos é evidente na colaboração de mais de trinta pesquisadores de diversos laboratórios da Coppe.
As áreas de especialização abrangem hidrodinâmica, aerodinâmica, controle de potência, oceanografia, meteorologia, otimização e até mesmo inteligência artificial.
Fontes Renováveis
Os resultados desses projetos não se limitam ao ambiente acadêmico. A proposta de utilizar energias renováveis em instalações de petróleo e gás, uma indústria tradicionalmente vinculada a fontes poluentes, é um passo audacioso em direção à sustentabilidade.
A adaptação de plataformas FPSO para funcionarem com energia eólica, das ondas e solar é uma estratégia pioneira para reduzir a pegada de carbono dessas operações de longo prazo.
Fonte: Jornal GGN