Segundo o relatório, a produção, o transporte e o processamento de petróleo e gás emitiram o equivalente a 5,1 bilhões de toneladas de CO2 em 2022.
O novo relatório da IEA – International Energy Agency ( Agência Internacional de Energia) aborda as medidas imediatas que a indústria do petróleo e do gás precisa de tomar para reduzir significativamente a sua pegada de emissões e ajudar a aproximar o mundo do cumprimento dos seus objectivos internacionais em matéria de energia e clima.
O novo relatório – Emissões das Operações de Petróleo e Gás em Transições Net Zero – visa informar as discussões que antecedem a Conferência sobre Alterações Climáticas COP28 no Dubai, em Novembro.
Faz parte de um relatório especial mais amplo do World Energy Outlook, lançado este ano, que examina o papel da indústria do petróleo e do gás nas transições para emissões líquidas zero.
As emissões brutas consideram tudo o que é emitido, enquanto que as emissões líquidas consideram os gases de efeito estufa que são removidos da atmosfera pela vegetação.
Redução nas emissões
A produção, o transporte e o processamento de petróleo e gás emitiram o equivalente a 5,1 bilhões de toneladas de CO2 em 2022, de acordo com a IEA.
No Cenário de Emissões Líquidas Zero até 2050 da Agência Internacional de Energia, a intensidade das emissões destas atividades cai 50% até ao final da década.
Combinado com as reduções no consumo de petróleo e gás neste cenário, isto resulta numa redução de 60% nas emissões das operações de petróleo e gás até 2030.
O relatório identifica cinco alavancas principais para alcançar esta redução, incluindo: combater as emissões de metano; eliminar todas as queimas não emergenciais; eletrificar instalações a montante com eletricidade de baixas emissões; equipar os processos de petróleo e gás com captura, utilização e armazenamento de carbono; e expandir a utilização de hidrogênio de baixas emissões nas refinarias.
Investimentos para meta de 2050
De acordo com o relatório, são necessários cerca de 600 bilhões de dólares nesta década para conseguir a redução das emissões de petróleo e gás.
Isto é apenas uma fração do rendimento inesperado recorde, que os produtores de petróleo e gás acumularam em 2022, segundo a agência.
Muitas das medidas também geram fluxos de rendimento adicionais, evitando a utilização ou desperdício de gás, o que significa que podem recuperar rapidamente os gastos iniciais necessários.
Para a agência, combater as emissões de metano é a medida mais importante para limitar as emissões provenientes das operações da indústria.
É também uma das medidas mais rentáveis e impactantes para reduzir as emissões em toda a economia e limitar o aquecimento global a curto prazo.
Desafios e iniciativas
Durante a Coletiva de Imprensa realizada ontem, os palestrantes abordaram os desenvolvimentos políticos no caminho para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, que serão debatidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28) em Dubai, Emirados Árabes Unidos, em novembro.
Representando o Brasil, esteve presente o senhor Ricardo Baitelo, Gerente de Projetos, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA).
Também participaram Catherine Abreu, Founder & ED, Destination Zero and Political Advisor, da GGON Kelly Trout, Research Director, da Oil Change International, Dongjae Oh, da Oil and Gas Program Lead, Solutions for Our Climate, e Lorraine Chiponda, Movement of Movements, Don’t Gas Africa.
No início deste ano, a IEA divulgou a última atualização do seu Global Methane Tracker , que concluiu que as emissões de metano permaneceram teimosamente elevadas em 2022, apesar dos ventos contrários da crise energética global.
As empresas de petróleo e gás que representam hoje pouco menos de metade da produção global de petróleo anunciaram planos para reduzir as emissões das suas operações.
É necessária uma coligação muito mais ampla, com metas muito mais ambiciosas para alcançar reduções significativas em toda a indústria do petróleo e do gás, conclui o relatório.
Com informações da IEA e participação do Portal Sustentabilidade na Coletiva de Imprensa Net Zero Emissions Report and IEA Energy Summit em 27-09-2023.