Entenda quais são os destinos destes materiais depois de reciclados e quantas vezes este processo pode ser feito.
Quando se fala em plásticos, a primeira coisa que vem a nossa mente é a reciclagem e com tantas informações a respeito do tema, cria-se na mente que todos os plásticos são recicláveis, quando na verdade não são.
É possível encontrar nas embalagens os símbolos criados pela Plastic Industry Association, indicando qual tipo de plástico a embalagem é feita, através de triângulos com números (1 a 7) no meio.
Esses triângulos com números no meio, são códigos mundiais de identificação do tipo de resina e comunicam a partir de qual polímero o produto foi fabricado.
Porém, o que muitos não sabem é se esses produtos possuem alta ou baixa reciclabilidade, ou seja, se eles ainda possuem valor de mercado da reciclagem do Brasil, além do seu destino após o consumo.
Dependendo do nível de reciclabilidade, o produto pode voltar ou não ao mercado da reciclagem, se for devidamente descartado e coletado.
Plásticos de alta reciclabilidade e plásticos de baixa reciclabilidade
A reciclabilidade é um índice que classifica os materiais em recicláveis e não recicláveis, sendo que a gestão do processo industrial, comercio, coleta e descarte influenciam diretamente a efetivação da reciclagem e o desenvolvimento de tecnologias para maximizar os resultados.
Diante disso, quando um produto é classificado de alta reciclabilidade, significa que ele possui alto valor de mercado da reciclagem, ou seja, tem chances de voltar a ter vida útil, enquanto os plásticos de baixa reciclabilidade possuem essa denominação por conta de diversos fatores, como dificuldades técnicas na reciclagem, falta de infraestrutura adequada ou demanda limitada por materiais reciclados.
Confira logo abaixo a lista de plásticos com informações acerca da reciclabilidade de cada tipo de plástico, de acordo com as numerações apresentadas nas embalagens.
Polietileno tereftalato (PET)
Identificados como número 1, são plásticos de alta reciclabilidade, mas precisa ser corretamente descartado e coletado.
Exemplos: garrafas de refrigerante, água, sucos, entre outros.
Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
Identificados como número 2, se trata de plásticos de alta reciclabilidade que precisam ser corretamente descartados e coletados.
Exemplos: embalagens de detergentes, alvejantes, entre outros.
Policloreto de Vinila (PVC)
Identificados como número 3, trata-se de plásticos que tem baixa reciclabilidade, principalmente na coleta domiciliar.
Exemplos: é mais utilizado em tubos e conexões, revestimentos de pisos, plástico de vedar alimentos, entre outros.
Polietileno de baixa densidade (PEBD)
Identificados como número 4, trata-se de plásticos que ainda possui uma reciclabilidade baixa, mas que vem crescendo bastante.
Este tipo de plástico é muito comum na fabricação de sacos plásticos, luvas, aventais de uso na área da saúde, porém as embalagens de leites longa vida é composta de camadas de papel, PEBD e alumínio.
Amplamente utilizado na fabricação de tabuleiros, componentes de computador e peças que necessitam de solda, também são usados em equipamentos de laboratório, equipamentos de parques infantis e película aderente.
Polipropileno (PP)
Identificados como número 5, são plásticos que possuem alta reciclabilidade, mas precisam ser bem higienizados antes dos descartes nas lixeiras.
Exemplos: potes de alimentos, tambores industriais, entre outros.
Poliestireno (PS)
Identificados como número 6, são plásticos que já tiveram boa reciclabilidade, mas que por questões de custo e logística, é considerado plástico de uso único e deve ser evitado a todo custo.
Exemplos: Geralmente, são utilizados pelas fabricantes de copos e talheres descartáveis, embalagens de alimentos, entre outros.
Outros tipos de plásticos
Identificados como número 7, são plásticos que possuem reciclagem zero na coleta domiciliar e baixíssima reciclabilidade, e por esse motivo, devem ser evitados a todo custo.
Exemplos: acrílico, nylon, plásticos mistos.
Base legal
A norma ABNT NBR 13.230 estabelece os símbolos para identificação das resinas termoplásticas utilizadas na fabricação de embalagens e acondicionamento plásticos, visando auxiliar na separação e posterior reciclagem dos materiais de acordo com a sua composição.
A conscientização acerca das embalagens plásticas de uso único
As embalagens plásticas de uso único são um dos maiores obstáculos, isso porque, infelizmente, essas embalagens sempre acabam nos aterros.
Muitas vezes o tempo de vida de vida útil é de minutos ou até mesmo segundos, com estimativas de impacto de quatro séculos no meio ambiente.
Projetadas para serem usadas uma única vez e depois descartadas, as embalagens plásticas de uso único possuem baixíssima reciclabilidade, sendo identificadas muitas vezes como plásticos números 6 ou 7.
Com a missão de mitigar os impactos no meio ambiente, essas embalagens são frequentemente utilizadas em várias industrias, como alimentos, bebidas, produtos de cuidados pessoais e produtos de limpeza.
Redução dos impactos
Transformar o uso único em “multiuso” é importante, pois quanto mais um produto é reutilizado, menor é o seu impacto no meio ambiente.
Com isso, é necessário levantar a questão sobre o desenvolvimento dos produtos, levando em consideração que sejam projetados para serem leves e duráveis, além de uma produção que seja sustentável, como por exemplo, utilizando energia renovável ou materiais reciclados, com o objetivo principal de maximizar a reutilização.
Enquanto o desenvolvimento dos produtos vem sendo discutidas nas corporações, o mundo vem se adaptando cada vez mais com as substituições, isso porque outras corporações estão trabalhando com materiais que não causam impactos, de forma que vem sendo incorporado pela sociedade outros meios sustentáveis de se afastar dos plásticos de uso único, como por exemplo, os canudos de plásticos que podem ser substituídos por canudos de bambu ou papel e até mesmo os cotonetes com hastes de plásticos, podendo ser substituídos por cotonetes com hastes de bambu.
Diante disso, é necessário repensar os hábitos de consumo, assumindo a responsabilidade pelo lixo que produzimos e buscar soluções e alternativas para minimizar os impactos no meio ambiente.
Fontes: