Os lixões ainda são um problema ambiental grave no estado, e a produção de biocombustível pela empresa norte-americana Shift Energy Holdings, seria uma solução para o passivo ambiental.
Por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a Bahia assinou um protocolo de intenção com a empresa norte-americana Shift Energy Holdings, para produção de biocombustível com resíduos provenientes dos lixões do estado.
Na Bahia, no ano de 2019, o total de lixo declarado pelas cidades passou de três milhões de toneladas.
Na Bahia, dos 417 municípios, 286 (68,5%) descartam resíduos sólidos de forma irregular, aponta levantamento feito pela Agência Eco Nordeste, em 2020.
Ainda de acordo com a agência, o número de cidades ainda pode ser maior, já que 84 prefeituras (20,1%) deixaram de responder a pesquisa.
Lixões a céu aberto
De acordo com a secretaria, sem condições de financiar os aterros sanitários, que custam em torno de R$ 4 milhões para implementação e R$ 800 mil mensais para manter, alguns municípios enfrentam dificuldade para acabar com os lixões a céu aberto.
Assim, a produção de biocombustível pela empresa norte-americana Shift Energy Holdings, seria uma solução para o passivo ambiental.
O investimento do projeto será de R$ 200 milhões, de acordo com o títular da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), o senhor Eduardo Sodré.
“Não estamos apenas desenvolvendo a solução para acabar com os lixões nos municípios, que causam contaminação dos solos e recursos hídricos, além de riscos à saúde, mas também contribuindo de forma decisiva na redução do aquecimento global”.
Biocombustível
A empresa vai realizar as pesquisas a partir do Parque Tecnológico da Bahia, por meio de uma parceria com o governo do Estado, através da Secti.
A empresa conta com parcerias com renomadas instituições dos Estados Unidos, como a Universidade de Houston e o OAK National Laboratory.
“Nosso know-how é resultado de extensas pesquisas e acesso a tecnologias modernas e ambientalmente seguras, devidamente testadas, para produção de combustíveis sustentáveis”, explica Rodney Alves, CEO da companhia.
Suas principais atividades são projetar e operar projetos de infraestrutura ambiental, em especial plantas industriais para produção de combustíveis e energia renováveis usando resíduos sólidos urbanos (RSU) e biomassas.
De acordo com o titular da Secti, André Joazeiro, a solução retira o custo dos municípios, sendo que o lucro da empresa operadora vem da venda dos produtos resultantes do processo de refino, sobretudo combustíveis verdes, com destaque para o querosene de aviação.
Hidrogênio Verde
Por alcançar um ciclo completo sem deixar impactos ambientais, a biorrefinaria desenvolvida pela empresa é um de seus projetos de referência. Ela conta com componentes tecnológicos exclusivos e um protocolo que garante emissões zero durante a transformação de resíduos em novos produtos.
A água acumulada na coleta dos resíduos é reciclada e reutilizada no processo produtivo, bem como a energia elétrica consumida, que é produzida pela própria planta, que gera excedentes comercializáveis.
De acordo com Adrian Tylim, sócio da Shift Energy Holdings, a biorrefinaria processa resíduos orgânicos e não orgânicos, residenciais e industriais, como papéis, plásticos, papelão, restos de alimentos.
“Os materiais se tornam matérias-primas para produzirmos o querosene de aviação verde, energia elétrica e outros produtos e subprodutos, inclusive tendo a possibilidade de produzir hidrogênio verde”.
Fonte: A Tarde