Incentivo aos elétricos é chave para desenvolvimento econômico sustentável

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Impulsionar o desenvolvimento de um ecossistema de motos elétricas pode ajudar o país a reduzir emissões e maximizar a lucratividade de quem trabalham sobre duas rodas.

O Brasil está entre os signatários do Acordo de Paris, mas tem ido na contramão da proposta do documento, poluindo mais do que no passado.

Enquanto a meta era reduzir as emissões de carbono em 37% até 2025, nos últimos sete anos elas aumentaram 21,4%.

Embora o desmatamento e a agropecuária sejam responsáveis pela metade de todas as emissões, as atividades de transporte ainda respondem por 38% dos gases emitidos e esse número é praticamente o mesmo há 10 anos.

Produção mais sustentável e econômica

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Foto: Reprodução/Pexels

As experiências asiáticas mostram que o verdadeiro impulso da revolução elétrica no mundo vem dos veículos de duas e três rodas.

Comparadas aos carros elétricos, as motos elétricas demandam menos recursos para serem fabricadas (especialmente os recursos naturais utilizados nas baterias) e, portanto, conseguem ser também mais baratas.

Na Índia, por exemplo, as vendas das motos elétricas aumentaram 305% em 2022, o que na avaliação da consultoria Statista aconteceu graças às “iniciativas do governo indiano para melhorar a mobilidade elétrica no país”. 

Na Indonésia, o governo classificou os veículos elétricos como prioridade dentro da sua estratégia de desenvolvimento industrial e definiu uma meta ousada: até 2030, 25% das motos e 20% dos carros vendidos no país devem ser elétricos, o que deve gerar 215 mil empregos.

Em Taiwan, onde a frota de motos elétricas já é o dobro da frota de carros, o governo investiu na infraestrutura viária que deixou o trânsito mais seguro e convidativo aos motociclistas.

Políticas públicas

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Foto: Reprodução/Pexels

São políticas públicas que vão além dos incentivos financeiros mas, como eles, são imprescindíveis para acelerar a troca dos modelos à combustão pelos elétricos.

Na China, que já vende mais de 45 milhões de motos elétricas ao ano, a estratégia foi outra. O país começou a banir as motos à gasolina ainda nos anos 90 e, com isso, teve tempo para desenvolver uma boa cadeia nacional de suprimentos para as motos elétricas, incluindo uma indústria própria de baterias.

Esse movimento ajudou a baratear a fabricação e popularizar os veículos elétricos no país e conseguiu não apenas incentivar as vendas, mas desenvolver a planta industrial dos países.

Vemos que onde a descarbonização das frotas já acontece a passos largos, o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo à mobilidade elétrica foi crucial para o sucesso da empreitada.

Barreiras

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Foto: Reprodução/Pexels

No Brasil, uma das maiores barreiras para a massificação das motos elétricas é a dependência de importações e os altos impostos.

Como o país ainda não consegue fabricar seus próprios veículos elétricos, eles chegam ao consumidor custando de 80% e 100% a mais que no exterior.

No caso das motos, ainda que sejam montadas em território nacional, as baterias, continuariam sendo importadas e taxadas. 

O projeto de reforma tributária merece prosperar pelos inúmeros benefícios que deve trazer ao Brasil.

Em alguns casos, entretanto, esses dispositivos devem ser reforçados, especialmente quando estiverem associados a estratégias de desenvolvimento de mercados que ajudem o país a reduzir suas emissões de poluentes, ao mesmo tempo que gerar milhares de empregos e maximizar a produtividade dos trabalhadores. 

E vale lembrar que o mercado brasileiro já tem uma demanda robusta e crescente por veículos de duas rodas. Em 2022, enquanto as vendas de novos carros caíram 0,7%, as motos venderam quase 18% a mais que no ano anterior.

As elétricas, no entanto, foram apenas 0,5% dos novos emplacamentos no período. Justo elas que, além de não poluírem, oferecem um custo por quilômetro rodado bem menor, o que maximiza a lucratividade de quem trabalha sobre duas rodas (os motoboys representam de 30% a 60% dos motociclistas, dependendo da cidade).

Como em toda revolução, os esforços devem ser coletivos. E no caso das motos elétricas, os subsídios teriam impacto considerável na coletividade.

Por: Jack Sarvary, CEO & Co-Fundador e Billy Blaustein, COO & Co-Fundador da Vammo 

** ** Este artigo é de autor independente e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Sustentabilidade

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