A Unidade de Recirculação Química (URQ) para Biomassa, está em fase de preparação na Europa, com a expectativa de ser despachada para o Rio Grande do Norte no início do próximo ano.
Em 2024, o Rio Grande do Norte pode se tornar pioneiro no Brasil e referência na América Latina, ao oferecer infraestrutura dedicada a pesquisas que enfocam o uso de recirculação química, com “captura de CO2”, para a geração de energia limpa.
O anúncio foi feito pelo Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), que receberá uma planta piloto para a realização de experimentos.
Inovação em energias renováveis
A expectativa é que a Unidade de Recirculação Química (URQ) para Biomassa, oficialmente chamada assim, seja despachada para o RN no início do próximo ano, enquanto está em fase de preparação na Europa.
O objetivo é principalmente alavancar projetos na área para que dessa forma, as soluções pensadas e desenvolvidas nos laboratórios cheguem à indústria.
De acordo com o diretor regional do Senai-RN e do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis, Rodrigo Mello, esse processo é fruto de uma rota tecnológica que vem sendo desenvolvida ao longo de mais de duas décadas.
Essa abordagem foca na produção de energia a partir de fontes de biocarbonos, que são provenientes de produtos agrícolas ou pecuários, com a perspectiva positiva de criar novas oportunidades de emprego e renda no Rio Grande do Norte.
“Energia renovável deve ter sido, nos últimos dez anos, a atividade que mais gerou negócios e postos de trabalho no Rio Grande do Norte, especialmente, a partir das fontes eólica e solar. E muito está por vir, em um tempo médio ou a longo prazo e, certamente, as fontes renováveis que sejam tratadas para aproveitamento de outras formas de energia, como térmica ou geração de combustíveis avançados, evoluirão muito aqui no estado e terão ótimas oportunidades de gerar bons empregos”, ressaltou.
Desenvolvimento em escala industrial
Inicialmente, o Senai concentra-se na qualificação e no desenvolvimento de conhecimento para os profissionais envolvidos na pesquisa.
À medida que a tecnologia amadurece, o Senai prevê aplicá-la no ambiente industrial, conduzindo o processo de forma orgânica.
De acordo com Rodigo Mello, o momento é de qualificação e desenvolvimento de conhecimento no pessoal envolvido na pesquisa.
“Oportunamente, quando da maturação da tecnologia, aplicada no ambiente Industrial, isso será feito naturalmente pelo SENAI. Faremos a qualificação de acordo com a necessidade do Parque Industrial a ser instalado”, explicou.
Pesquisa e desenvolvimento
Em Natal, o Senai opera outra Unidade de Recirculação Química desde 2014, uma infraestrutura pioneira na América Latina. Nesse local, projetos conduzidos pelo ISI envolvendo combustíveis gasosos e líquidos, como por exemplo, o gás natural, biogás, etanol e glicerina, têm progredido nos últimos anos.
Esses avanços servem como base, destacando-se no desenvolvimento atual de um combustível sustentável para aviação, cujo objetivo é reduzir as emissões de CO2 no transporte aéreo brasileiro.
“Agora, recentemente, inauguramos um laboratório para a produção de querosene de aviação a partir da glicerina líquida.Mas, nos faltava, nessa linha de recirculação química, trabalhar com fontes sólidas, como cascas de madeira e bagaços de cana. E este projeto prevê a instalação, aqui em nosso centro, de uma planta para trabalhar com matéria-prima sólida, como fonte de biocarbono, para a produção de energia, biocombustíveis bem como combustíveis avançados e com a perspectiva de produção com a retenção e armazenamento do CO2”, ressaltou Mello.
A recirculação química representa uma tecnologia que viabiliza a “captura de CO2”, caracterizada pela retenção desse gás em vez de sua emissão prejudicial à atmosfera, especialmente em processos de reforma e combustão de combustíveis fósseis.
Fonte: Tribuna do Norte