O projeto tem potencial para produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia, de acordo com a Fortescue, mineradora australiana.
O Ceará vai receber um investimento de US$5 bi para produzir hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
O anúncio foi feito pelo empresário australiano Andrew Forrest, presidente da Fortescue, uma das maiores mineradoras do mundo, com sede na Austrália, no último dia 09.
Combustível do futuro
Considerado “o combustível do futuro”, o hidrogênio verde é um tipo de fonte de energia produzida sem o uso de combustíveis fósseis ou de outros processos prejudiciais ao meio ambiente.
Nesse sentido, com a vantagem de ser uma fonte limpa, é considerado a principal alternativa ao petróleo.
Embora seja o elemento mais abundante do universo, para conseguir o hidrogênio na forma pura é preciso separá-lo, já que ele só existe na Terra na combinação com outros elementos.
Esse processo já é conhecido na produção do hidrogênio marrom, cinza e azul, que usam combustíveis fósseis.
A produção do hidrogênio verde, por sua vez, é feita pela eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio por meio de uma corrente elétrica. Para ser considerado verde, a energia elétrica tem de ser de uma fonte totalmente renovável, como a eólica e a solar.
O combustível tem três vezes mais energia do que a gasolina e poderá ser usado para transporte, carros de passeio, ônibus, caminhões e navios, em processos industriais no setor químico e siderúrgico, bem como na fabricação de fertilizantes após a transformação do hidrogênio em amônia.
Geração de energia limpa e empregos
O projeto tem potencial para produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia, com o uso de 2.100 MW de energia renovável.
De acordo com as informações do governo federal, a iniciativa tem estimativa de gerar cerca de cinco mil empregos na fase de construção.
Forrest tem investido em outras quatro plantas de hidrogênio em outras regiões do planeta.
“Quero ser um pioneiro da indústria verde no Brasil”, confirmou Forrest, na reunião que contou com a presença de autoridades do governo federal e do Ceará.
No último mês de outubro, o Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) aprovou o Estudo de Impacto Ambiental apresentado pela Fortescue para implantação da planta de hidrogênio verde e autorizou a emissão, por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), da licença prévia. A empresa foi a primeira a chegar nessa fase, de acordo com as autoridades ambientais.
De acordo com o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o estado têm quatro pré-contratos assinados, um deles é com a Fortescue.
“Nós entendemos que na medida que uma grande empresa começa uma produção de grande escala, as outras deverão também seguir o mesmo caminho”.
Especialistas afirmam que o Brasil tem potencial para ser um dos principais produtores de hidrogênio verde, com capacidade de produção para consumo próprio e além disso, para exportação.
Fonte: Agência Brasil