O fundo para perdas e danos ambientais é apenas um dos três principais resultados que os negociadores estão trabalhando para alcançar.
Após meses de negociações de como gerir o fundo para danos climáticos, a COP28 em seu primeiro dia de debates, na quinta-feira(30) garantiu o valor de US$ 420 milhões para mitigar os efeitos dos danos climáticos.
Os Emirados Árabes Unidos, país anfitrião da conferência em 2023, contribuiriam com 100 milhões de dólares, juntamente com outros 100 milhões de dólares da Alemanha.
A União Europeia destinou o valor de US$ 246 milhões de dólares e US$ 17,5 milhões de dólares vieram dos Estados Unidos.
A China, responsável pelo maior número de emissões de gases de efeito estufa do mundo, não anunciou nenhum investimento, até o momento.
Assim, as contribuições anunciadas vão permitir o início das operações já em 2024.
Combustíveis fósseis
O fundo para perdas e danos ambientais é apenas um dos três principais resultados que os negociadores estão trabalhando para alcançar.
O debate mais complicado será sobre como os países devem reagir ao ritmo inadequado de redução das emissões de gases com efeito de estufa, o que já provocou discussões sobre o que as nações deveriam coletivamente comprometer-se a fazer em relação aos combustíveis fósseis.
De acordo com Simon Stiell, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas que dirige as reuniões anuais da COP28, descobrir como o fundo funcionará é “uma decisão verdadeiramente histórica”.
Ele conclui dizendo que alcançar esse acordo no início das negociações de duas semanas “enviará um sinal poderoso a todas as salas de negociação”.
“Está claro que não estamos no caminho certo”, disse Jennifer Morgan, enviada da Alemanha para o clima, aos jornalistas presentes.
“O mundo enfrentará consequências inimagináveis se não acelerarmos e ampliarmos a nossa ação”, finaliza Morgan.
Pressão por compromissos concretos
A UE, os EUA e outros países estão pressionando por compromissos concretos, incluindo a redução dos combustíveis fósseis, triplicar o uso das energias renováveis , bem como duplicar a eficiência energética.
A redução do uso de combustíveis fósseis no acordo final tem sido uma importante fonte de tensão, com algumas nações ricas em petróleo relutantes em assumir o compromisso de os eliminar gradualmente.
Sobre o plano de perdas e danos, questões importantes ainda precisam ser discutidos, como por exemplo a fonte e a escala do financiamento futuro.
As economias emergentes argumentam que os países que se industrializaram primeiro deveriam dar contribuições significativas, uma vez que são responsáveis por grande parte das emissões de gases com efeito de estufa acumuladas na atmosfera.
O texto aprovado na quinta-feira estabelece um plano para a reposição do fundo a cada quatro anos, com contribuições provenientes de uma ampla variedade de fontes, incluindo subvenções e empréstimos concessionais, de acordo com a Euronews.