Projeto-Piloto acontece na Rodovia Presidente Dutra e já conta com sete postos de combustíveis adaptados para abastecer veículos pesados com gás natural e biometano.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro lançou no dia 24 de novembro, o programa Corredores Sustentáveis.
O projeto-piloto, coordenado pela Secretaria de Energia e Economia do Mar – SEENEMAR, acontece na Rodovia Presidente Dutra e já conta com sete postos de combustíveis adaptados para abastecer veículos pesados com gás natural e biometano. A previsão é instalar dez postos até o final de 2023.
Redução nas emissões
De acordo com a SEENEMAR, o primeiro corredor sustentável do país permitirá que caminhões e ônibus trafeguem entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo emitindo menos gases do efeito estufa e além disso, gerando menos poluição sonora.
O Decreto nº 48.813 de 23 de novembro instituiu o programa, e prevê a concessão do Selo Corredor Sustentável.
O selo será concedido aos estabelecimentos que se adaptarem para abastecer veículos pesados com combustíveis de baixo carbono.
De acordo com o governador do RJ, Cláudio Castro, em um posto não adaptado, um veículo pesado precisa ficar parado, de 45 a 50 minutos, para o abastecimento completo com gás natural.
Já os postos certificados com o Selo Corredores Sustentáveis abastecerão o mesmo veículo em até 15 minutos.
Descarbonização
A substituição do diesel pelo o gás natural representa redução de emissão de gases do efeito estufa em torno de 20%, caso seja usado gás natural.
Com a inclusão de biometano na rede, a diminuição da poluição é ainda maior, já que a emissão de CO2 do biometano é praticamente nula.
Por exemplo, se 1000 veículos pesados que cruzam a Dutra substituíssem o diesel por gás natural, deixariam de emitir 52 toneladas de CO2 equivalente, o que corresponde à quantidade de CO2 retirada por 200 árvores, segundo a SEENEMAR.
A substituição do diesel por gás natural diminui ainda em 85% a emissão de material particulado, também chamado de fuligem, poluente prejudicial à saúde que intensifica o aquecimento global.
“Trata-se de um projeto imprescindível no processo de descarbonização do setor de transportes do estado. Estamos trabalhando para o desenvolvimento sustentável, garantindo a autonomia do transporte pesado, tanto de cargas como de passageiros. A substituição do diesel pelo gás natural e biometano reduz a emissão de gases nocivos à saúde e ao meio ambiente”, afirmou o governador.
Economia
O incentivo ao uso de gás natural, além de beneficiar o meio ambiente, é importante para a economia fluminense. O Rio de Janeiro é o maior produtor de gás natural do país, com cerca de 70% da produção nacional. O estado tem a segunda maior rede de gasodutos de distribuição, que transportam o gás até o consumidor final.
De acordo com dados da Naturgy, distribuidora de gás canalizado do estado, o Rio possui a maior rede de postos com GNV do país – são mais de 650 postos – possibilitando maior rapidez na implantação do projeto-piloto. E, até o fim de 2027, a companhia projeta mais 200 novos postos.
Segundo o secretário de Energia e Economia do Mar, Hugo Leal, ogás natural é o combustível da transição energética devido à menor emissão de carbono.
Além disso, o incentivo ao uso do gás natural movimenta a economia interna e reduziria a dependência da importação do diesel, complementa Leal.
“O Estado do Rio tem a maior frota de veículos leves a gás do país. São aproximadamente 1,7 milhão de carros. Com os Corredores Sustentáveis, garantimos infraestrutura para que veículos pesados também tenham autonomia para trafegar com gás natural e incentivamos que mais empresas passem a utilizar essa alternativa mais sustentável. Nossa meta é ampliar o Programa Corredores Sustentáveis para outras rodovias interestaduais até o segundo semestre de 2024”.
Para receber a certificação, os postos precisam fazer adaptações nas bombas, como por exemplo a utilização de mangueira e bico de alta vazão, área de manobra necessária para veículos pesados, entre outros requisitos técnicos.
O objetivo do programa é incluir ainda a oferta de eletrificação e de combustíveis renováveis.
Fonte: SEENEMAR